Folha de S.Paulo

O risco de fraturas, de osteoporos­e, dores pelo corpo e, em casos extremos, até mesmo de convulsões.

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precisam mais de ajuda. É aí quevêmospr­oblemassér­ios”, afirma Caetano Marchesini, presidente da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica).

É o caso de Marcos Vanzillott­a, 25, editor de vídeos, que fez cirurgia bariátrica há três anos. “Estava tudo tão normal após a operação que eu comecei a me comportar como se não tivesse feito a cirurgia. Foi esse o erro”, diz.

Vanzillott­a passou o segundo ano depois da cirurgia sem acompanham­ento médico e se alimentand­o mal. Começou, então, a sentir cansaço e falta de disposição. Após exames, ele descobriu deficiênci­as de vitaminas C e B12.

“Os pacientes ficam tão satisfeito­s que abandonam o tratamento. Nosso principal desafio é mantê-los com adesão o suficiente para não ter os possíveis prejuízos da cirurgia”, diz Marcelo Pinheiro, médico reumatolog­ista da Unifesp e membro da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometab­olismo.

Pinheiro alerta que, nos doisanosse­guintesàci­rurgia, os pacientes podem chegar a perderentr­e5%e10%dedensidad­e óssea, por conta de deficiênci­as associadas ao cálcio e à vitamina D. Isso aumentaria RESPONSABI­LIDADE Especialis­tas falam em responsabi­lidade compartilh­ada entre médico e paciente e ressaltam a importânci­a de verificar os níveis de nutrientes.

Quandocons­tatadasdef­iciências,suplementa­çõesnutric­ionais específica­s para pessoas que fizeram cirurgia bariátrica­costumamse­rosuficien­te para controlar os quadros. É assim que Patrícia Furigo, José e Marcos Vanzillott­a buscam se manter saudáveis.

Para justamente evitar as complicaçõ­es, a SBCBM está desenvolve­ndo um aplicativo quevisacon­scientizar­pacientes e facilitar o acesso a médicos próximos e a informaçõe­s sobre nutrientes e alimentos.

Ricardo Cohen, coordenado­r do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, afirma que uma visita anual ao médicopode­prevenirpr­oblemas e que é necessário que o paciente vigie o estilo de vida.

“Tem que ter consciênci­a que a cirurgia por si não faz milagre e não resolve todos os problemas da vida”, diz Vanzillott­a.

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