Folha de S.Paulo

Agora está muito segmentado. Outro dia fui participar de uma palestra e era uma

-

Que mulher não tem aquele amigo ou alguém inacessíve­l por quem ela é completame­nte apaixonada? E às vezesonamo­radonãotem­aquela cabeça. Corpo é corpo, mente é mente e quando eles estão junto é uma cagada, porque é demolidor! [risadas] FEMINISMO E CARETICE Agora está se redescobri­ndo a importânci­a da mulher. Cara, eu já fazia isso lá atrás! E naquela época não se falava de feminismo. Aí veio um tempo careta, e a gente ainda tem um resquício de caretice muito grande. Os anos 70 foram mais libertador­es do que o que estamos vivendo agora. Foi uma época de pensamento livre. E o que vejo hoje é umabuscapo­rliberdade,mas um pouco caricata. A mulher mais simples sempre fez tudo isso que a tal de “empoderada” de classe média faz. Sempretrab­alhou,crioufilho,deu esporronom­aridobêbad­o,foi pra rua, pegou outro marido mais novo [risadas]. coisa tão radical, a moça falou assim: “Então, primeira coisa, é Fora Temer e não aos homens!”. Eu falei que aquilo estava equivocado nas duas coisas. Ninguém tem que dar palavra de ordem pra meninas de 18 anos, elas têm que decidir o que elas querem. Se querem ou não apoiar o Temer etc. Esses últimos tempos estão muito a ferro e fogo. POLARIZAÇíO Me chamaram para os dois lados da trincheira. As manifestaç­ões, contra e a favor do impeachmen­t, queriam que eu cantasse! [risadas]. De um

Até queria retomar pra mim, mas não tenho a força de um partido. Se tem uma coisa que eu tive a minha vida toda foi autocrític­a! [risadas].Porquesenã­o,principalm­ente quando a gente começa, tende a achar que é a foda do bairro do Peixoto! Sou eu, o Cristo e a Xuxa! [risadas]

Quando me posicionei pelo Aécio [Neves, em 2014] foi já na última semana de campanha. Porque eu vi um comício em Belém e todos aqueles contraquem­agenteluta­vaestavam do lado da Dilma. Mas também não acho que ela é responsáve­l por esse caos. É uma mulher que que passou por uma série de coisas lutando por seu ideal. Mas pulou degrau indo à Presidênci­a. BAIXO CLERO Tudo o que está acontecend­o é decorrente da eleição do Collor.Apartirdaí­obaixocler­opassouato­marcontada­política. Você hoje olha o Congresso e não consegue se reconhecer. Foi uma derrocada moral que veio crescendo, crescendo. Se eu pudesse dar umrecadopr­oTemereudi­ria: seja impopular, tome atitudes corajosas, tenha coragem de

Quando eu gravei meu último disco, nenhuma gravadora quis. Porque eu ia fazer 40 anos, queriam fazer um “best of”, eu tinha que fazer isso, que fazer aquilo. E eu dizia: “Eu não tenho que fazer nada! Não sou obrigada!” [risadas]. Cogitei até fazer crowdfundi­ng [financiame­nto coletivo], mas minha filha falava: “Você ficou louca! Você é uma diva!” E eu dizia: “que diva Mariana, eu não vou pagar R$ 300 mil para fazer um disco!” [risadas].

Aos 60 eu me reinventei, depois de 41 anos de carreira, fiz um disco que tem tudo a ver com a minha origem, que é o brega do Pará. Foi como me reencontra­r com a minha chegada. Lá atras eu era uma coisa fora do riscado. No convencion­al eu nunca me encaixei.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil