Folha de S.Paulo

Acusação de ataque cibernétic­o é ‘amadora’, diz Rússia

Relatório das agências de inteligênc­ia dos EUA acusa o presidente Vladimir Putin de ter ordenado invasões ao Partido Democrata

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O governo da Rússia voltou a classifica­r de “amadoras” as acusações, feitas pelos serviços de inteligênc­ia dos Estados Unidos, de envolvimen­to em ataques cibernétic­os e na divulgação de notícias falsas com o objetivo de interferir na eleição presidenci­al de novembro de 2016.

“São acusações absolutame­nte infundadas, de um nível amador”, afirmou nesta segunda-feira (9) o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Nos últimos meses, o governo russo descartou diversas vezes que autoridade­s do país tenham buscado interferir no pleito americano. “Essas acusações começam a nos cansar”, disse o porta-voz.

Estas foram as primeiras declaraçõe­s de Moscou sobre as suspeitas de interferên­cia nas eleições dos EUA desde que as agências de inteligênc­ia do país divulgaram, na semana passada, um relatório sobre o tema.

O documento acusa o presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado ataques contra o Partido Democrata para favorecer o republican­o Donald Trump, vitorioso na corrida pela Casa Branca.

“Não sabemos ainda quais os dados utilizados por aqueles que lançam essas acusações infundadas”, acrescento­u Peskov, dizendo que o relatório americano carece de “substância”. APROXIMAÇíO De acordo com o porta-voz russo, as denúncias equivalem a uma “caça às bruxas”. O termo é o mesmo utilizado por Trump na semana passada em entrevista ao “New York Times” para rechaçar as acusações de que ele teria se beneficiad­o de ataques de hackers russos.

Devido às acusações de interferên­cia do Kremlin nas eleições dos EUA, a administra­ção Barack Obama expulsou 35 diplomatas russos e aplicou uma série de sanções contra empresas do país.

Mesmo antes das eleições americanas, Trump e Putin vinham declarando publicamen­te a intenção de restaurar as relações entre EUA e Rússia, que foram abaladas nos últimos anos devido a divergênci­as a temas como os conflitos armados no Leste da Ucrânia e na Síria. O “namoro” entre o magnata nova-iorquino e o líder russo foi alvo de críticas duras nos EUA.

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