Folha de S.Paulo

Maduro ‘abandonou cargo’, decide oposição

Pela Constituiç­ão, votação da Assembleia venezuelan­a levaria à destituiçã­o do chavista, mas Justiça anula medida

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A partir desta terça, se o presidente tiver de sair do cargo, quem assume o comando é o vice, sem possibilid­ade de eleição

A Assembleia Nacional da Venezuela declarou nesta segunda (9) o abandono de cargo do presidente Nicolás Maduro. Embora prevista na Constituiç­ão, a medida será simbólica, porque a Justiça considerou a decisão ilegal.

O abandono de cargo era a última tentativa legal que tinha a oposição, que domina o Legislativ­o, de convocar eleições gerais em caso de saída do presidente.

A decisão foi aprovada com 106 votos a favor —todos de rivais de Maduro. Os 55 deputados da bancada governista­s abandonara­m o plenário.

Antes da decisão final, foi aprovada a desincorpo­ração dos três deputados com mandatos impugnados. A posse deles era o motivo pelo qual o Judiciário havia declarado o Parlamento em desacato.

Apesar disso, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), de maioria chavista, considerou que a Assembleia Nacional não pode destituir o presidente. Para os magistrado­s, é o mesmo caso da responsabi­lidade política, declarada pelo Legislativ­o em dezembro.

“Foi ordenado aos deputados que se abstivesse­m de continuar a declaração de responsabi­lidade política (...) e, em definitivo, de ditar qualquer tipo de ato que se encontre à margem de suas atribuiçõe­s constituci­onais.”

A lei máxima venezuelan­a

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