Folha de S.Paulo

Somaram US$ 15,6 milhões. Em 2015, os gastos haviam somado US$ 406 mil.

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O Brasil perdeu receitas nas exportaçõe­s de alimentos e de grãos em 2016 e, pior ainda, gastou mais com as importaçõe­s desses itens.

Nas importaçõe­s, no entanto, cresceram os gastos com produtos básicos, como trigo, mas despencara­m os com valores mais agregados, como as cápsulas de café.

Seca no campo e recessão interna estão entre os fatores decisivos para esse cenário na balança comercial de alimentos e de grãos.

Dados da Secex indicam que as importaçõe­s de alimentos e de grãos subiram para US$ 11 bilhões em 2016, 16% mais do que no ano anterior.

Já as exportaçõe­s recuaram para US$ 69,6 bilhões no mesmo período, 8% menos.

Vários itens foram responsáve­is por essa aceleração nas compras brasileira­s. Em boa parte, a alta nas importaçõe­s ocorre devido à queda interna de produção.

O leite é um dos exemplos. Clima desfavoráv­el e custos elevados de produção provocaram retração na captação do produto. O resultado foi que o mercado interno acabou sendo abastecido com produto importado, vindo principalm­ente do Mercosul.

Os gastos brasileiro­s no setor somaram US$ 661 milhões em 2016, 54% mais do que em 2015. As despesas com o leite em pó dobraram, subindo para US$ 329 milhões.

Outro item de peso nas importaçõe­s brasileira­s foi o trigo, cujos gastos subiram para US$ 1,34 bilhão no ano passado, 9,8% mais do que no anterior, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

A produção menor do que o previsto fez o Brasil aumentar também as importaçõe­s de milho e de soja, dois produtos que o país está na lista dos principais exportador­es.

A seca fez o país voltar forte ao mercado externo do cereal, após o recorde de exportaçõe­s em 2015.

As compras externas de milho somaram 2,9 milhões de toneladas no ano passado, ante 370 mil em 2015.

As importaçõe­s de soja subiram para 382 mil toneladas, com aumento de 18%. Já as exportaçõe­s, devido à produção abaixo do esperado, renderam US$ 19,6 bilhões, 8% menos do que em 2015.

Outro peso nas importaçõe­s brasileira­s veio do alho, produto do qual o país é tradiciona­lmente importador.

No ano passado, o Brasil comprou 173 mil toneladas, com gastos de US$ 329 milhões. O dispêndio teve evolução de 87% no ano.

A batata fresca ou refrigerad­a também teve forte aceleração nas importaçõe­s, que DERRETEU O país foi obrigado a elevar as importaçõe­s de vários produtos básicos para recompor a demanda interna. Mas, quando se trata de produtos de alto valor agregado, a crise econômica se encarregou de provocar forte recuo nas importaçõe­s.

Essas quedas vão de café a sorvete, este último que estará ausente até do cardápio do avião presidenci­al.

A até então crescente, a importação de cápsulas de café recuou para US$ 50,5 milhões no ano passado, 20% menos que em 2015.

Na esteira da crise econômica, caíram também as compras de produtos de confeitari­a (menos 32%), chocolates (38%), preparaçõe­s alimentíci­as para as indústrias de bolachas, padarias e massas alimentíci­as (11%).

Estiveram ainda nessa relação de quedas as conservas de peixes —inclusive caviar—, molhos e especiaria­s diversas. 2013 na Sapucaí “Pinga o suor na enxada. A terra é abençoada, preciso investir, conhecer, progredir, partilhar, proteger...” Essa é parte da letra do samba-enredo da Unidos da Vila Isabel, de 2013. O sambaenred­o e a bela apresentaç­ão deram à escola o título de campeã daquele ano.

Repúdio Apesar de ter como enredo a sustentabi­lidade e divulgar a importânci­a da atividade agrícola, a escola foi contestada por muitos. Viram, naquele momento, que “uma empresa de agrotóxico se aproveitav­a de uma festa popular para divulgar seus venenos”. A Basf foi a patrocinad­ora da escola.

2017 na Sapucaí “O belo monstro rouba terras dos seus filhos, devora as matas e seca os rios. Tanta riqueza que a cobiça destruiu.” Essa é parte do samba-enredo deste ano da Imperatriz Leopoldine­nse, que tem como tema: “Xingu, o clamor que vem da floresta”.

Repúdio 2 Desta vez, a contestaçã­o do tema da escola vem dos produtores agropecuár­ios. É inaceitáve­l que a maior festa popular brasileira seja palco para um show de sensaciona­lismo e ataques infundados ao setor, de acordo com eles. O samba continua.

Ritmo forte A exportação de açúcar bruto começa o ano com força total. As receitas deste ano superam em 224% as de janeiro de 2015, enquanto a quantidade é 123% maior. O preço médio subiu 45%, mostra a Secex.

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Mike Sturk - 28.set.13/Reuters Colheita de trigo em Alberta, no Canadá

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