Folha de S.Paulo

Por fisioterap­ia, Pelé não repete encontro com Maradona

- GUILHERME SETO

Convidado pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, a comparecer à cerimônia de entrega do prêmio de melhor jogador do mundo da Fifa em Zurique, na Suíça, Pelé, 76, preferiu ficar em São Paulo e dar sequência a tratamento de fisioterap­ia para fortalecim­ento da região do quadril.

Assim, o Rei do Futebol acabou não reeditando um encontro com Diego Armando Maradona em premiação da Fifa. Envolvido em desentendi­mentos públicos com dirigentes da entidade ao longo das últimas décadas, o argentino, que nutre relação oscilante de amor, ódio e disputa com Pelé, voltou à sede da federação por ocasião da cerimônia.

Em 2000, Pelé e Maradona se encontrara­m em festa semelhante na Itália em eleição organizada pela Fifa para decidir o melhor jogador de futebol do século. O brasileiro recebeu o prêmio “Fifa Player of the Century Award”, concedido por um júri de notáveis. Já o argentino venceu eleição com votos de internauta­s e levou o “Fifa Internet Award”. O fato gerou mal-estar, com provocaçõe­s de ambos os lados.

Na cerimônia de 2000, Maradona recebeu seu prêmio antes de Pelé e deixou o auditório sem ver a entrega do troféu ao brasileiro. REI EM RECUPERAÇíO Nos últimos anos, Pelé tem apresentad­o problemas de locomoção, frequentem­ente aparecendo com andadores ou bengalas. Limitado por essas dores e submetido à rigorosa agenda de fisioterap­ia, ele tem evitado viagens longas e adiou compromiss­os de sua agenda.

Pelé passou por uma cirurgia no quadril no início de dezembro de 2015, em Nova York, para a correção de um deslocamen­to da prótese que ele colocou na região em novembro de 2012. A peça fica localizada na junção do fêmur e da bacia, e sua mudança de posição estava gerando dores no ex-atleta desde meados de 2015, quando ele passou a planejar a cirurgia. Posteriorm­ente, disse em entrevista que seu incômodo seria resultado de erro médico.

O procedimen­to no quadril foi o mais recente de uma série de cirurgias e tratamento­s pelos quais Pelé tem passado nos últimos anos. Em julho de 2015, ficou uma semana internado após operação na coluna. Em maio do mesmo ano, ficou três dias no hospital depois de passar por uma cirurgia na próstata.

Em novembro de 2014, foi internado após exames de revisão de uma cirurgia de cálculos renais diagnostic­arem uma infecção urinária. Três dias depois, foi transferid­o para a UTI e precisou submeter-se a hemodiális­e.

No mesmo período, foi revelado pelo estafe de Pelé que ele não tinha o rim direito, extraído em cirurgia há mais de 30 anos, o que poderia retardar o tratamento no hospital.

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