Militar espera ganhar força com ação em presídio
Atuação das Forças Armadas pode aumentar poder de barganha no debate sobre Previdência
AatuaçãodasForçasArmadas em presídios poderá fortalecer os militares e aumentar seu poder de negociação com o governo no debate sobre a reforma da Previdência, na avaliação de militares e funcionários do Palácio do Planalto ouvidos pela Folha.
A proposta de reforma da Previdência enviada pelo presidente Michel Temer ao Congresso deixou de fora as Forças Armadas, que têm regras próprias para aposentadorias e pensões, o que motivou críticas de especialistas.
O governo diz que deixou os militares de fora, inicialmente, porque seu regime de trabalho também é difernete —por exemplo, eles podem ser convocados depois de transferidos para a reserva.
Temer promete apresentar uma proposta com mudanças específicas para a os militares ainda neste ano.
Agora, diante da ação nos presídios, a expectativa, nas palavras de um auxiliar presidencial, é que os militares apresentem “uma conta maior” ao Palácio do Planalto.
Com a ressalva de que não houve uma “troca” e que se trata apenas de uma consequência positiva para eles, militares consideram que a ação nos presídios pode “sensibilizar” a opinião pública em relação ao papel deles.
SegundoumauxiliardeTemer, o resultado para a discussão sobre a Previdência será uma queda de braço entre a área econômica, preocupada com a questão fiscal, e as Forças Armadas, que querem os militares se tornaram um preservar os militares. “canivete suíço”, com diversas
O ministro da Defesa, Raul utilidades. Em tom de Jungmann, disse à Folha que brincadeira, também citam o os militares estão entre as instituições posto Ipiranga, em referência mais prestigiadas do à propaganda que coloca o país e que a questão dos presídios estabelecimento como solução não impacta a discussão de qualquer problema. sobre a previdência. “Vamos Militares ouvidos pela Folha contribuir [para a reforma], trabalham com possibilidade de acordo com as especificidadesdafunçãomilitar.” de elevação do tempo de contribuição exigido para
O receio dos militares aposentadoriademilitares,de —que foi mencionado a Temer—équeaatuaçãoempresídios 30 para 35 anos, mas rejeitam um aumento da sua alíquota se torne rotineira. O entendimentodeleséqueaação de contribuição, hoje 7,5%. O deficit do regime dos militares deve ter caráter emergencial. foi de R$ 33 bilhões em
Em reunião com governadores 2015, com 297 mil beneficiados. na quarta-feira (18), no O regime de servidores entanto, Temer mencionou civis da União teve no mesmo que as inspeções pelas Forças período resultado negativo de Armadas podem ser feitas R$ 40 bilhões, com pagamento “quem sabe mês a mês”. a mais de 681 mil pessoas.
Integrantes da cúpula das Forças Armadas dizem que