Cidade para festas de sindicatos.
LE PARC ATÉ O CÉU
O veterano artista cinético argentino Julio Le Parc, 88, um dos principais nomes do gênero, radicado em Paris desde 1958, resolveu homenagear Buenos Aires com uma obra pública.
Trata-se de “Hacia la Luz”, escultura instalada na plazoleta Rubén Darío. Apesar de o local ficar num bairro nobre, Le Parc insistiu que a obra estivesse bem à vista da principal favela da cidade, a Villa 31, “para transmitir uma ideia de união e otimismo”, disse. Com seis metros de altura, seu formato é o de uma espécie de flecha branca e ondulada. BORGES E A GENTRIFICAÇÃO
A gentrificação de bairros tradicionais de Buenos Aires tem criado uma moda insólita: construir casas para novos restaurantes e bares que evoquem o casario antigo e popular de Buenos Aires, imitando até a caligrafia dos letreiros dos estabelecimentos no começo do século 20.
Curioso que, numa entrevista inédita de Jorge Luis Borges, concedida em 1978 e só agora recuperada pelo jornal “Perfil”, o autor já comentava, de um modo que parece visionário, essa “tendência”. Dizia ele: “Estão construindo no bairro de San Telmo falsas casas velhas, e até tem ocorrido a essas pessoas colocarem poços nas esquinas. É um absurdo, porque todo mundo sabe que os poços, antigamente, ficavam nos pátios das casas, e não na rua”.