O turismo para crianças também vem atraindo novos empresários, como Claudine Blanco, 41. Ela foi dona de
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com dinheiro no bolso e tempo para viajar, os idosos são um alvo lógico do setor de turismo. Por conta disso, cada vez mais agências de turismo apostam nesse nicho para ampliar os negócios.
E as perspectivas no futuro são ainda melhores, já que o número de pessoas com mais de 65 anos no Brasil deve chegar a 32 milhões até 2020, segundo o IBGE.
“É uma questão de sobrevivência para as agências menores se especializarem”, diz Paulo Gaudenzi, ex-secretário de Turismo da Bahia.
“São pessoas que podem viajar fora da alta temporada, o que dá condições de preços mais acessíveis”, completa. Outra vantagem, segundo ele, é que muitos idosos vivem de aposentadoria, e portanto são menos afetados pela crise.
Antes mesmo de saber do potencial de consumo dessa faixaetária,aempresáriaThereza Ramos Quedas, 72, já apostava no segmento.
Depois de atuar como tecelã por quase quatros décadas, ela fundou em São Paulo há 20 anos, ao lado da filha, a agênciadeviagemCintheTur, especializada em idosos.
A ideia veio de uma experiência pessoal. Com a cunhada em tratamento médico em Campos do Jordão (SP), Quedas organizava viagens de ônibus semanais para familiares e pegou gosto. “Fui fazendo contatos e notei que não existiam agências especializadas nessa idade. Resolvi arriscar”, diz.
Atualmente, todos os meses ao menos dois ônibus saem da capital paulista rumo a destinos como Águas de Lindóia (São Paulo) e Itatiaia (Rio). Além disso, há cerca de oito grupos que viajam para países na Europa, América Latina, África e Ásia.
Atuar nesse segmento, porém, exige uma série de cuidados especiais. “Em todas as nossas viagens há guias especializados em primeiros socorros. Também verificamos a acessibilidade dos locais, e temos transporte especial”, afirma Quedas.
Esses serviços permitem a cobrança de preços mais altos, o que manteve o fatura- mento da empresa. “Não sentimos os efeitos da crise ano passado. Temos um público fiel e nosso faturamento se manteve”, diz a empresária. CRIANÇAS uma agência tradicional por 15 anos, mas há três decidiu mudar o foco.
A mudança ocorreu após ter filhos e passar a organizar viagens para a família. “Comecei a oferecer essas opções também para os clientes e isso ficou maior do que as viagens tradicionais. Por isso, decidi apostar nas crianças”, diz ela, que fundou então a Viajar com Crianças.
Para Virgilio Carvalho, diretor da Confederação Nacional do Turismo, uma das vantagens do segmento infantil é que ele acaba englobando também os pais. “Nunca se vende só um pacote para os filhos, vai a família toda e a margem fica maior.”