Os dois líderes foram questionados sobre suas políticas opostas na questão da imigração
Ao lado do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, na Casa Branca, o presidente americano Donald Trump disse nesta segundafeira (13) que vai “ajustar” sua relação comercial com o país vizinho, três semanas após prometer que renegociaria o Nafta, acordo de livre comércio com Canadá e México.
Numa entrevista coletiva na qual ambos tentaram demonstrar algum tipo de afinidade —mesmo tendo posições antagônicas sobre diversos temas , como imigração e segurança—, Trump elogiou a relação comercial “espetacular” com o Canadá, disse que trabalharia junto com o vizinho para “torná-la ainda melhor” e criticou o México.
“[Com o Canadá] é uma situação muito menos grave do que a que está acontecendo na nossa fronteira ao sul [com o México]. Na fronteira ao sul, por muitos e muitos anos, a transação não foi justa com os EUA”, disse o americano.
Os dois países têm uma balança comercial de US$ 545 bilhões, sendo que os EUA possuem deficit de US$ 11 bilhões. Com o México, a balança é de US$ 525 bilhões, e o deficit americano, de US$ 63 bilhões.
Durante a campanha, Trump disse que o Nafta era o pior acordo comercial já assinado pelos EUA e, dois dias depois de tomar posse, afirmou que iria renegociar o seu texto, de forma a torná-lo “justo” para os trabalhadores americanos. Ele ainda ameaçou retirar o país do Nafta se não conseguisse mudá-lo.
Trudeau, por sua vez, destacou o temor sobre a renegociação, já que “milhões de bons empregos de classe média dos dois lados da fronteira dependem dessa parceria crucial” entre EUA e Canadá.
Cerca de 75% das exportações canadenses têm como destino o país vizinho. “[A renegociação] é uma real preocupação para muitos canadenses, porque sabemos que a nossa economia é muito dependente dos EUA”, disse o premiê. “E, no fim, Canadá e EUA sempre serão o parceiro mais essencial um do outro.” REFUGIADOS e dos refugiados.
Trudeau foi diplomático ao dizer que os dois países passam por um desses períodos da história em que a “abordagem” política americana se distancia da do Canadá, mas que não é parte do seu trabalho “dar lições” aos EUA sobre como governar.
“A última coisa que os canadenses esperam é que eu vá dar lições a outro país sobre a forma como eles escolhem governar”, disse o premiê.
Três dias depois de Trump anunciar um decreto proibindo temporariamente a entrada de refugiados e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA, no último dia 27, Trudeau escreveu em seu perfil no Twitter que os refugiados eram bemvindos no Canadá.
“A aqueles que fogem da perseguição, do terror e da guerra, os canadenses lhes receberão, independentemente de sua religião. A diversidade é a nossa força”, disse, na época.