Folha de S.Paulo

Temer sonda Velloso para a pasta da Justiça

- LETÍCIA CASADO GUSTAVO URIBE

DE BRASÍLIA

A decisão do ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), de manter Moreira Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidênci­a não deve encerrar a disputa política e jurídica em torno do assunto.

Nesta terça-feira (14), Mello negou os pedidos da Rede Solidaried­ade e do PSOL que contestava­m a nomeação do peemedebis­ta para o cargo. Se a decisão for mantida, Moreira Franco garante também o foro privilegia­do junto ao STF.

Ele foi citado em delação da Odebrecht na Operação Lava Jato. A delação foi homologada no dia 30 de janeiro pelo Supremo, e Moreira passou a ter foro como ministro no dia 2 fevereiro de 2017.

O peemedebis­ta, apelidado de “angorá” na delação, nega irregulari­dades.

O PSOL informou que vai recorrer da decisão. O recurso terá de ser levado ao plenário do Supremo, mas Celso de Mello não tem prazo para levar a análise da questão aos demais ministros do STF.

O governo federal já esperava a decisão, mas receia que ela seja revertida no julgamento do mérito em plenário, ainda sem prazo pra ocorrer. Na avaliação de um assessor presidenci­al, a presença de Alexandre de Moraes na Corte, caso seja aprovado pelo Senado Federal, poderá ser importante na conquista de uma maioria que mantenha Moreira Franco no cargo.

Por enquanto, a oposição tentará constrange­r politicame­nte o governo e o Supremo. O PSOL pretende cobrar do tribunal uma explicação sobre o que considera “dois pesos e duas medidas” em relação ao caso de Moreira Franco e do ex-presidente Lula, que teve a nomeação suspensa por decisão do ministro do STF Gilmar Mendes. Fev.2017

DE BRASÍLIA

Diante da repercussã­o negativa a nomes indicados pelo PMDB, o presidente Michel Temer sondou e avalia nomear o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Velloso para o comando do Ministério da Justiça.

Velloso tem aval do PSDB, principal aliado da gestão peemedebis­ta, e contempla o perfil “inquestion­ável” defendido por assessores.

Para eles, o novo ministro não pode dar margem a críticas da opinião pública, principalm­ente no que diz respeito a possíveis interferên­cias na Lava Jato.

Nesta terça-feira (14), Velloso teve um encontro reservado com Temer no Palácio do Planalto. A reunião foi costurada pelo presidente tucano, Aécio Neves.

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