Folha de S.Paulo

Produtor musical que foi a pé até a Colômbia

- ANA GRABLER PEN - Aos 97, viúva. Deixa as filhas Marlene e Rosa. Cemitério Israelita do Butantã, av. Eng. Heitor Antnio Eiras Garcia, 5.530, Butantã. MORRIS SCHWARZ - Aos 92, viúvo. Deixa os filhos José Mauro e Roberto, além de netos. Terça (14/02) às FOR

“Eu vou procurar o meu lugar”, cantou Fortunato Arduini na faixa de abertura do único disco da banda que teve com o parceiro Tony Bizarro.

Na época ele já era Frankye, e o aclamado disco, “Tony e Frankye”, de 1971, produzido por Raul Seixas e hoje considerad­o preciosida­de, nunca teve sequência. No auge do sucesso, Frankye resolveu dar um tempo dos palcos e ir pé até os Estados Unidos para procurar seu lugar.

Caminhou dias seguidos por uma Transamazô­nica 2º ANO ainda em construção, conta sua mulher, Domingas. Mas a viagem foi interrompi­da quando chegou à Colômbia. No mesmo grupo de Frankye estava a filha de um general que fugira com um hippie, e, por retaliação do militar, tiveram que encerrar a missão.

Na volta ao Brasil, percebeu que gostava tanto da vida de andarilho que decidiu trabalhar como carteiro na nova capital, Brasília. Chegando lá descobriu que tinha contraído tuberculos­e na estrada e foi se tratar em São Paulo, sua terra natal.

Na capital paulista, começou a trabalhar com produ- ção em estúdios, carreira que seguiu por toda a vida. Fez jingles e vinhetas para rádios e continuou compondo.

Morou por seis anos nos Estados Unidos, na década de 1990, onde trabalhou na divisão internacio­nal da gravadora de música eletrônica Paradoxx, difusora da dance music no Brasil.

Sonhava em comprar um pedaço de terra para plantar, mas teve o projeto interrompi­do no último dia 5, quando, aos 69, morreu após complicaçõ­es de uma doença nos rins. Deixa a mulher, Domingas, quatro filhas e dois netos. coluna.obituario@grupofolha.com.br

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