Folha de S.Paulo

MINHA MÃE É UMA MINA

Recorde de arrecadaçã­o para filme nacional, ‘Minha Mãe É uma Peça 2” ainda está distante de ter maior público

- FELIPE GIACOMELLI LÍGIA MESQUITA

Dona Hermínia entrou para a história do cinema nacional. Na última semana,“Minha Mãe É uma Peça 2”, o segundo longa da dona de casa de meia-idade e sem papas na língua, principal personagem do humorista Paulo Gustavo, ultrapasso­u os R$ 118 milhões arrecadado­s em bilheteria e se tornou a produção do país de maior renda.

Com o feito, a produção supera “Os Dez Mandamento­s”, que havia obtido R$ 116,8 milhões em 2016. Além disso, tornou-se a primeira comédia a conseguir mais de R$ 100 milhões de bilheteria.

A liderança desse ranking era de “Se Eu Fosse Você 2” (2009). Na segunda vez em que Tony Ramos e Gloria Pires trocaram de corpos, os espectador­es desembolsa­ram R$ 50,5 milhões para assistilos, segundo a Ancine.

Em duas semanas de exibição, essa marca já havia sido superada pelo novo longa de Paulo Gustavo. O filme estreou no dia 22 de dezembro em 1.055 salas em todo o país e atingiu o auge na semana seguinte, com 1.125.

Mas, se Dona Hermínia se provou uma máquina de arrecadaçã­o, ela ainda não lidera no quesito público. Segundo dados contabiliz­ados pelo site especializ­ado Filme B, após o último fim de semana, o filme atingiu 9,8 milhões de espectador­es.

Está atrás de “Os Dez Mandamento­s”, que vendeu 11,3 milhões de ingressos no ano passado. Contudo a passagem da trama bíblica da Record TV pelas salas de cinema também ficou marcada pela polêmica de sessões esgotadas, mas vazias.

Na época, a justificat­iva foi de que alguns convidados não foram assistir ao filme, e a Igreja Universal do Reino de Deus negou que tivesse comprado ingressos para fraudar números de bilheteria.

“Minha Mãe É uma Peça 2” também perde para “Tropa de Elite 2” (2010), e para “Dona Flor e seus Dois Maridos”, longa de 1976, dirigido por Bruno Barreto e protagoniz­ado por Sonia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça. O POVO NA SALA Diferentem­ente dos Estados Unidos, que contabiliz­am o sucesso de seus filmes pelo faturament­o em dólares, o Brasil prioriza os dados de ingressos vendidos.

Para que a história de Dona Hermínia se tornasse o longa brasileiro mais visto precisaria, por exemplo, lotar por quase outros três meses a maior parte das salas em que foi exibido na Grande São Paulo na última semana.

A tendência, porém, é de encolhimen­to, uma vez que a maioria do público interessad­o já assistiu ao longa, que ganhou concorrênc­ia de títulos aguardados como “Cinquenta Tons Mais Escuros” e “Lego Batman”, ambos em cartaz desde a última quinta (9).

O recorde que o novo filme de Paulo Gustavo de fato já garantiu, no entanto, vai refletir diretament­e na conta bancária do humorista.

No primeiro “Minha Mãe É uma Peça”, que arrecadou R$ 49,5 milhões e fez 4,6 milhões de espectador­es, Paulo Gustavo não foi coprodutor.

Após o sucesso da empreitada inicial no cinema, o criador de Dona Hermínia e da trama quis ser um dos donos do segundo filme, garantindo assim um quinhão dos lucros de bilheteria.

A DiamondBac­k, sua empresa, divide os créditos com a Migdal, a Downtown Filmes, a Paris Filmes, a Globo Filmes, a Paramount e a Universal.

Em geral, da bilheteria de um longa-metragem, cerca de 25 a 30% do valor arrecadado é a parte de lucro dividida entre os produtores.

Com uma arrecadaçã­o de R$ 118 milhões, cada produtor deve receber cerca de R$ 4,214 milhões. E o filme ainda fará mais dinheiro fora das telonas, com exibições nas TVs paga e aberta e em plataforma­s VOD (sob demanda).

Essa situação bancária milionária é bem diferente da que o humorista viveu para levar Dona Hermínia pela primeira vez ao palco, em 2006.

Em dezembro, numa entrevista a Regina Casé, na Globo, ele e sua mãe, Déa, contaram ter feito empréstimo­s entre familiares para pagar o cenário de R$ 3.000 da montagem de “Minha Mãe É uma Peça”. O ator também disse que a mãe, inspiração para Dona Hermínia, não achou graça na primeira vez que o viu fazendo a personagem.

Procurado pela reportagem, Paulo Gustavo não quis dar entrevista à Folha. Os Dez Mandamento­s - O Filme Tropa de Elite 2 Dona Flor e seus Dois Maridos Minha Mãe É uma Peça 2* A Dama do Lotação Se Eu Fosse Você 2 O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia Dois Filhos de Francisco Os Saltimbanc­os Trapalhões Os Trapalhões na Guerra dos Planetas Os Trapalhões na Serra Pelada O Cinderelo Trapalhão De Pernas pro Ar 2 O Casamento dos Trapalhões Coisas Eróticas Carandiru Os Vagabundos Trapalhões Minha Mãe É uma Peça O Trapalhão no Planeta dos Macacos Minha Mãe É uma Peça 2*** Os Dez Mandamento­s - O Filme Tropa de Elite 2 Se Eu Fosse Você 2 De Pernas pro Ar 2 Minha Mãe É uma Peça Loucas pra Casar Até que a Sorte nos Separe 2 Vai que Cola - O Filme Nosso Lar

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Paulo Gustavo interpreta dona Hermínia, sua personagem mais conhecida, em cena de ‘Minha Mãe É uma Peça 2’

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