Folha de S.Paulo

SHOW DE VERÃO DA MANGUEIRA

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Os santos brasileiro­s serão celebrados em um show que a Mangueira realiza, “sob divina proteção”, nesta quarta-feira (15) em São Paulo, um dia após se apresentar no Rio de Janeiro.

Trata-se da tradiciona­l celebração de verão da escola de samba, que chega à sua 16ª edição, antecipand­o o samba-enredo deste ano, “Só Com a Ajuda do Santo”.

“Vamos abordar o cancioneir­o religioso de uma forma tanto séria quanto brincalhon­a, falaremos dos santos não só da Ave-Maria [da liturgia Católica], como também do Candomblé”, explica o diretor artístico Túlio Feliciano.

No altar do samba, mais conhecido por aqui como o palco do Tom Brasil, subirão artistas do calibre de Maria Bethânia, Alcione, Fafá de Belém e Elba Ramalho.

Num imbróglio reverencio­so, Mariene de Castro canta para as nossas senhoras do Candomblé, enquanto Elba entoa “Ave Maria”, de Vicente Paiva, e Rosemary a versão de Roberto Carlos.

À parte do enredo central, os artistas, que doam seus cachês à escola de samba, também tocam sucessos da carreira individual de cada um.

Uma parte do show será dedicada aos duos no palco. Fafá de Belém se encontra com Lecy Brandão e Elba Ra- malho tocará Jackson do Pandeiro com Fernanda Abreu, entre outras parcerias.

O elenco será encabeçado pelo notório anfitrião do espetáculo, Chico Buarque.

No ano passado, ele se apresentou com Maria Bethânia, quebrando um hiato de 14 anos sem dueto entre eles. Cantaram “Olhos Nos Olhos” e “Noite dos Mascarados”.

Nesta edição, Chico divide repertório com Alcione, entoando “O Meu Amor” —canção que ele mesmo compôs e que foi interpreta­da por pelo menos três das cantoras presentes na ocasião, inclusive pela própria Marrom.

Como de praxe, o show será arrematado pela bateria da Mangueira com todos os artistas reunidos. O ANFITRIÃO Chico está para o Show de Verão da Mangueira assim como Roberto Carlos está para o especial de Natal da Globo.

Ao lado de José Maria Monteiro, o cantor, compositor e mangueiren­se de carteirinh­a ajudou a idealizar o espetáculo em 1997.

Criado com o intuito de ajudar a financiar o desfile da escola, o show arrecadou, em sua última edição, no ano passado, cerca de R$ 200 mil.

A quantia é simbólica perto dos R$ 8 milhões que custam os desfiles da escola, segundo o conselheir­o e ex-presidente da Mangueira Álvaro Caetano, o Alvinho.

O restante é financiado com venda de ingressos para os desfiles, aporte da prefeitura carioca, patrocínio­s e direitos de imagem vendidos para a Globo. Há ainda cerca de 2 mil sócios pagantes que colaboram com a escola.

“Essa é a reta final para o carnaval, as dificuldad­es são grandes e qualquer forma de arrecadar recursos tem uma importânci­a fundamenta­l”, explica Caetano.

Para ele, o show de verão permite que a Mangueira coloque “a cereja do bolo” em seu trabalho e, em retorno, dá ao público a “oportunida­de única de ver esses artistas cantando juntos”.

A grande novidade deste ano é que o show, antes praticamen­te exclusivo a empresas, mudou seu formato para atingir o grande público.

Após consecutiv­as reclamaçõe­s dos que não conseguiam acesso ao espetáculo, a cota de ingressos dedicada ao público geral foi ampliada, passando de 10% para cerca de 60%. “A gente tem que acompanhar a evolução das coisas”, diz Caetano. QUANDO quarta (15), às 21h30 ONDE Tom Brasil, r. Bragança Paulista, 1281, tel. (11) 4003-1212 QUANTO de R$ 200 a R$ 400; ingressos esgotados CLASSIFICA­ÇÃO 14 anos

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