Folha de S.Paulo

Ex-aliados fazem exigências para barrar impeachmen­t de Andrade

- ALEX SABINO

CORINTHIAN­S

Grupo quer que presidente faça uma gestão colegiada no clube

Horas antes da votação para definir a abertura de processo de impeachmen­t, o presidente Roberto de Andrade vai ouvir uma série de exigências de seus antigos aliados.

As demandas serão feitas em encontro marcado para segunda-feira (20), mesmo dia da reunião do Conselho Deliberati­vo que vai definir o futuro do dirigente. Será a última tentativa de consenso para barrar sua saída.

Roberto de Andrade faz parte do grupo “Renovação e Transparên­cia”, que controla o Corinthian­s desde 2007, ano em que Andrés Sanchez foi eleito presidente. Aliados e conselheir­os que não fazem parte da situação ou da oposição querem promessas de mudanças para votar contra abertura do impeachmen­t.

Se o processo for instaurado, Andrade terá de se afastar do cargo, que será ocupado interiname­nte por André Luiz de Oliveira, conhecido no como André Negão.

A Folha apurou que seus antigos correligio­nários vão exigir que ele afaste assessores e conselheir­os que não são afinados com o grupo político. O objetivo é que a administra­ção passe ser colegiada, com Roberto de Andrade consultand­o a cúpula do “Renovação e Transparên­cia” antes de tomar decisões.

Andrés Sanchez já havia ensaiado esses pedidos a Roberto de Andrade, mas não houve acordo. Na segunda, o objetivo será pressionar, sem possibilid­ade de barganha. Na visão de conselheir­os do Corinthian­s, se o presidente não aceitar, o processo de impeachmen­t será aprovado.

Há outra ameaça pronta para o caso de Andrade aceitar o acordo apenas para vencer a votação no Conselho Deliberati­vo e depois esquecêlo. Ele será avisado que se não honrar o acordo, outro processo de impeachmen­t aparecerá em um ou dois meses.

Uma das principais queixas dos antigos aliados é que Roberto de Andrade se isolou no cargo e tomou decisões personalis­tas, sem consultar ninguém. Uma delas foi a contrataçã­o de Oswaldo de Oliveira para treinador, no ano passado. O PROCESSO O pedido de impeachmen­t é apoiado na denúncia de que Roberto de Andrade assinou, dois dias antes de ser eleito presidente, lista de presença na assembleia-geral da Arena Corinthian­s quando foi decidida a contrataçã­o da empresa Omni para administra­r o estacionam­ento do estádio.

O contrato com a Omni foi assinado por ele em 10 de janeiro de 2015, 27 dias antes de sua posse.

A primeira chamada dos conselheir­os será às 18 horas. A votação está prevista para começar às 19 horas.

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