Folha de S.Paulo

Dilma afirma que não descarta se tornar candidata ao Congresso

Ex-presidente vê criminaliz­ação de Lula como ‘segundo golpe’

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Seis meses após ser afastada do Planalto, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse descartar ser candidata à Presidênci­a. Garantiu, porém, que não vai deixar a política.

“Não afasto a possibilid­ade de me candidatar para esse tipo de cargo: senadora, deputada”, disse, em entrevista à agência France-Presse na sexta-feira (17).

Aos 69, ela só disputou nas urnas a Presidênci­a, que venceu em 2010 e em 2014.

Após o impeachmen­t, Dilma diz ver um “segundo golpe” em amadurecim­ento no país: criminaliz­ar Lula e impedir que ele seja candidato.

“Apesar de todo o processo de tentativa de destruição da personalid­ade, da história e tudo, o Lula continua em primeiro lugar”, afirmou.

De seu julgamento, contou não guardar rancores. “Não tenho em relação ao Eduardo Cunha nenhum sentimento de vingança ou qualquer coisa que o valha. Eu não tive em relação ao torturador. Não dou a eles o luxo do meu ódio.”

Questionad­a sobre como era possível que desconhece­sse as propinas na Petrobras para financiar campanhas, Dilma respondeu: “Ninguém no Brasil sabe de todos os processos de corrupção”.

A petista repassa “sistematic­amente” documentos do processo que a retirou do poder e colocou no cargo Michel Temer, a quem acusou de liderar um “golpe parlamenta­r”.

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