Freire diz que precisava responder a críticas
‘Quem fala o que quer ouve o que não quer’, diz ministro sobre discurso de escritor Raduan Nassar em premiação
Autor, que recebeu principal honraria da literatura em português, atacou governo Temer e foi rebatido em seguida
Após o embate com Raduan Nassar na entrega do Prêmio Camões, o ministro da Cultura, Roberto Freire, afirmou à Folha que o governo “não poderia ficar calado” diante das críticas feitas pelo escritor brasileiro, que chamou a gestão peemedebista de “golpista” e “repressora”. “Quem fala o que quer ouve o que não quer”, disse.
Segundo o ministro, a entrega da maior honraria da literatura em língua portuguesa a um “adversário político” é prova de que o governo Temer “não é ilegítimo”.
Procurado, Raduan Nassar não quis comentar as declarações desta entrevista. Folha - Por que o sr. resolveu responder na hora ao escritor Raduan Nassar?
Roberto Freire - Não tinha outra oportunidade. Não só pela deselegância, mas pelo tratamento que alguns petistas que estavam na plateia, agredindo e tentando me impedir de falar.
Precisava mostrar a contradição de chamar de “golpista” o governo, com a liberdade que eles ali estavam, e ele sendo premiado por esse governo que é, para ele [Raduan Nassar], ilegítimo.
Não. O cerimonial cumpriu as normas. Como é evento patrocinado pelo MinC [Ministério da Cultura], quem encerra é, evidentemente, a maior autoridade do evento. Ele [Nassar] quis inverter. Querem subverter até isso?