“Caso Geddel”
Em entrevista a Natuza Nery e Paulo Gama, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusou o ministro Geddel Vieira Lima de pressionálo para liberar uma obra na Bahia; textos de Matheus Magenta, João Pedro Pitombo e Catia Seabra relataram os desdobramentos do caso, que resultou na queda de Geddel
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A reportagem “Odebrecht fez obra em sítio ligado a Lula, diz fornecedora”, publicada em janeiro do ano passado, venceu a edição 2016 do Prêmio Folha de Jornalismo, concedido desde 1993 aos melhores trabalhos produzidos pelos profissionais do jornal.
O texto do repórter Flávio Ferreira mostrou como a maior empreiteira do país reformou —gastando cerca de R$ 500 mil apenas em materiais— o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, usado pelo expresidente Luiz Inácio Lula da Silva e por seus familiares.
A Operação Lava Jato acusou a Odebrecht de se envolver em desvios na Petrobras, estimados em R$ 6 bilhões. Condenado a mais de 19 anos, o herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, está preso em Curitiba, onde assinou acordo de delação premiada com os procuradores da operação.
A reportagem lançou luz sobre as relações de Lula (que, oficialmente, não é o dono do sítio) com a empreiteira; a reforma começou em outubro de 2010, quando o líder petista ainda estava no Planalto.
Pouco mais de um mês após a publicação do texto, o ex-presidente, alvo da 24ª fase da Lava Jato, foi levado à Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para depor sobre o caso.
Fizeram parte do júri que escolheu os vencedores da edição 2016 do prêmio: Roberto Dias, secretário de Redação da Folha, Paula Cesarino Costa, ombudsman do jornal, Marcelo Benez, diretor-executivo comercial da empresa, e os colunistas Tati Bernardi e Samuel Pessôa. QUEDA DE GEDDEL Na categoria Reportagem, o prêmio foi dado à série de textos que precipitaram a queda do ministro Geddel Vieira Lima (Governo), em uma das maiores crises políticas da gestão de Michel Temer.