Após início em Bauru, Garcia vira ‘rei’ do interior e do Corinthians
DE SÃO PAULO
O futebol sempre foi um passatempo da família Garcia, dona da Kalunga, uma das maiores redes de loja de de material para escritório do país. O patrono, Damião, comandou o Noroeste por quase uma década. Paulo Garcia, filho, sonha em ser presidente do Corinthians. Fernando, 58, é um dos empresários mais influentes do Estado.
Fernando diz que o futebol dá prazer. Prazer e milhões.
Neste ano, ele tem cinco clientes no Corinthians (Guilherme Arana, Maycon, Marlone, Vilson e Walter) e 21 no interior de São Paulo. Ele afirma possuir mais de 100 atletas na sua empresa, a Elenko Sports. A busca por novas joias é em em times menores.
“O interior é um celeiro de jogadores, nos grandes centros acabaram os campos e a forma de vida é diferente”, disse Garcia à Folha.
Em 2016, ele chegou a ter dez nomes no Corinthians. A venda de Malcom para o Bordeaux revoltou Tite, atual técnico da seleção. Garcia tinha 40% do atacante e negociou 20% com o time francês. Ficou com R$ 4,4 milhões dos R$ 22 milhões da transação.
As relações de amizade no Parque São Jorge incomodaram pessoas do clube e o empresário deixou o Conselho Deliberativo para “evitar comentários maldosos”.
Os mesmos que ouviu aos ser escolhido pelo pai para administrar o futebol do Noroeste em 2009. O time foi rebaixado no Paulista, ele se desgastou e deixou o cargo. Levou jogadores sem contrato em Bauru para fazerem testes no Corinthians.
“Toda profissão em que você consegue prestígio, aparecem pessoas que preferem falar besteiras ao invés de trabalhar”, afirmou.
Como conselheiro, injetou R$ 5 milhões no Corinthians a pedido do ex-presidente Andrés Sanchez. Fez empréstimos para que o clube não recorresse a bancos. Envolveu-se em contratações e participou da fracassada ideia de fazer a Kalunga comprar os naming rights do Itaquerão.
(AS E ER)