Gráficas usam estrutura para aproveitar festa
DE SÃO PAULO
Ao contrário de outros segmentos —como o de fantasias e adereços—, aumentar os lucros durante o Carnaval não é fácil para a indústria gráfica.
Entre as estratégias adotadas pelas empresas para vender mais estão usar a infraestrutura já existente para diversificar os produtos, oferecer descontos e mirar públicos específicos.
Quem trabalha com impressão de cartão, por exemplo, pode produzir também ventarolas, leques distribuídos em blocos e bailes, sugere Fabio Gabriel dos Santos, diretor de gráficas promocionais da Abigraf-SP (associação do setor) e sócio da Leograf.
Ferrucio Zuccolotto, 38, sócio da gráfica digital Agiliga, diz que o faturamento de fevereiro representa apenas 30% do obtido em meses “bons”, como outubro e novembro. Pensando nisso, para este ano, resolveu promover ações específicas, como a produção de ventarolas.
Ele foi atrás também de bares e restaurantes, estabelecimentos que, em geral, precisam alterar seus cardápios e decorações para entrar no clima.
“Agora, não adianta mirar quem organiza grandes eventos, porque eles já estão com tudo pronto. Por isso, procuramos esse outro público.”
Assim, o empresário consegue emplacar vendas de folhetos, prismas de mesa e fichas.
Na Leograf, é o impacto do feriado no turismo que acaba aquecendo os negócios. “Investimos na produção de material para hotéis, como brochuras em várias línguas e folhetos de promoções”, diz Santos.
O ramo digital, bem como o da serigrafia, pode explorar ainda a produção de vestuários temáticos, como bonés e camisetas (abadás), aponta Santos. Outra opção é trabalhar com o “vacuum forming”, um processo industrial de moldagem de plástico.
“A técnica é usada para produzir máscaras que se ajustam ao rosto. Neste ano, a da moda é a do presidente norte-americano Donald Trump”, afirma Santos. (ANAÏS FERNANDES)