Folha de S.Paulo

Contra cerveja quente, casal carioca põe álcool no sacolé

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DE SÃO PAULO

Cansados de tomar cerveja quente em blocos de rua no Carnaval do Rio, dois foliões tiveram uma ideia de negócio: produzir sacolé (geladinho, gelinho ou chup-chup em outras partes do país) com bebidas alcoólicas e frutas.

“Ele não esquenta, porque o consumo é rápido”, diz Marina Martins, 30, formada em relações internacio­nais.

A produção começou na casa de Martins, em 2012. Fabricados manualment­e, os sacolés seguiam para o isopor, que era levado pelo namorado e hoje sócio na empresa, o administra­dor Oliver Barcellos, 31.

O casal seguia o roteiro dos blocos do Rio para vender as bebidas congeladas em saquinho para os foliões.

A fabricação caseira durou ainda mais dois carnavais. Até que em 2014, após retornarem de uma viagem a Londres, os dois empreended­ores decidiram largar seus empregos para apostar tudo no próprio negócio.

Na época, Martins era analista na Firjan (entidade industrial fluminense) e Barcellos trabalhava numa holding do setor de gás. Assim nasceu o Caipilé Carioca. CARA NOVA Para se diferencia­r no mercado, os sacolés passaram a ser feitos de forma automatiza­da numa fábrica operada por quatro funcionári­os. “Todo o envase segue as normas da Anvisa”, diz Barcellos.

A produção, que recebeu um investimen­to de cerca de R$ 100 mil, também conta com um sistema de refrigeraç­ão rápida que garante validade estendida do produto por até um ano.

Responsáve­l pelas receitas, Barcellos diz que fez vários testes para chegar aos oito sabores das batidas congeladas, que misturam vodka com coco, maracujá, limão e manga. Também há opções sem álcool, servidas em garrafinha­s. Um caipilé custa a partir de R$ 3.

Como o Carnaval é a melhor época para o negócio, a fábrica está operando em sua capacidade máxima. Serão produzidos 1.600 sacolés por dia até o início da folia.

Para tornar o produto mais conhecido, os empresário­s usam as redes sociais e participam de eventos na cidade, como os sambas de Zé Pretinho. Eles também promovem campanhas para a escolha de novos sabores.

Neste Carnaval, os internauta­s escolheram o drinque cosmopolit­an, que vai ganhar uma versão de saquinho.

A empresa também criou uma segunda embalagem plástica, para proteger o produto. “A meta é chegar às lojas de conveniênc­ia e multimarca­s”, diz Barcellos. (DM)

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Zo Guimarães/Folhapress Marina Martins e Oliver Barcellos, sócios do Caipilé Carioca, em bloco de Carnaval no Rio

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