Negocie com o banco antes de pagar as dívidas
Não importa se são R$ 500 ou R$ 50 mil: quem tem dinheiro em contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e está endividado deve aproveitar para negociar descontos e colocar as finanças em dia.
O principal, dizem os especialistas, é não dizer ao credor quanto vai entrar na conta. Assim, aumentam as chances de pechinchar e salvar uma parte do dinheiro para investimentos.
Segundo a Caixa, 16 milhões de trabalhadores terão até R$ 500 para retirar. Outros 10 milhões, entre R$ 500 e R$ 3.000.
O dinheiro virá de contas do FGTS vinculadas a empregos antigos, dos quais o trabalhador pediu demissão ou foi dispensado por justa causa.
Para negociar, é bom saber em qual dos dois grupos de devedores você se encaixa: os inadimplentes ou os que têm dívidas, mas conseguem pagá-las em dia.
Juliana Inhasz, professora de finanças do Insper, defende que aqueles com contas em atraso têm maior capacidade de negociação. Os bancos consideram o dinheiro perdido e tendem a dar mais descontos.
Neste caso, o objetivo deve ser um acordo que liquide as dívidas. O mesmo vale para quem não está inadimplente, mas tem dívidas caras, como no cartão de crédito.
Se não for possível, a meta deve ser conseguir descontos nas taxas de juros de um empréstimo pessoal que organize o saldo devedor.
O desconto nos juros tem justificativa: a taxa básica da economia, a Selic, está caindo e deve terminar o ano abaixo de 10%.
Já quem tem dívidas sob controle pode tentar os mesmos descontos. Mas, neste caso, o consumidor deve se comprometer a usar o valor que deixou de ir mensalmente para o banco para investir. Assim, ele conseguirá recompor o valor que tinha no FGTS, diz o planejador financeiro José Raymundo Junior.