Cientistas planejam ‘contra-ataque’ a Trump
Preocupação com rumos da administração foi tema de sessão em encontro científico
Cientistas geralmente não gostam de “contaminar” suas atividades com questões políticas, mas as primeiras ações do 45º presidente americano, o republicano Donald Trump, parecem ter mudado um pouco esse paradigma.
Andrew Rosenberg, diretor do Centro para Ciência e Democracia da União dos Jornalistas Preocupados, comandou sessão na sexta (18) no encontro da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS) para tratar do que os cientistas devem fazer para “Defender a Ciência e a Integridade Científica na Era Trump” (assim chamava o evento na programação).
John Holdrem, que foi conselheiro de Barack Obama para questões científicas, disse que a ciência vai sofrer com a nova administração.
Segundo ele, os cortes de Trump devem atingir os institutos de pesquisa, principalmente aqueles que financiam pesquisa básica. Para Holdrem, a administração atual não conseguiu entender o benefício mútuo gerado pela cooperação científica entre diferentes países —referindo-se à decisão, suspensa pela Justiça, que impedia pessoas de alguns países de maioria muçulmana entrarem nos EUA.
Além da indicação de nomes polêmicos para cargos de chefia em institutos científicos, a postura da nova administração —que impediu que institutos nacionais divulgassem pareceres e recomendações sem o aval da Casa Branca— está entre as razões para acender o sinal amarelo.
Em 22 de abril, os cientistas-ativistas planejam um protesto em Washington.