Crise política ofusca melhorias econômicas
Em 2 dias, Temer perdeu chanceler, criou racha na base e viu chefe da Casa Civil envolvido em situação delicada
Governo federal tinha expectativa de reverter desgaste na imagem com medidas como queda dos juros
que contou ter enviado dinheiro ao escritório do advogado após pedido de Padilha.
Para o Planalto, a partir de agora o presidente vive uma guerra de versões: ou o ministro da Casa Civil encontra uma boa explicação para se livrar da história, ou Michel Temer não terá muita escolha a não ser tirá-lo da Casa Civil.
O presidente percebeu ainda nos últimos dias que é preciso lidar com a frustração. Ele esboçou enfrentar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e deixar o deputado André Moura (PSC-SE) na liderança do governo na Casa.
Era um aceno ao “centrão”, que teria uma forma de interlocução com o Planalto sem precisar passar por Maia.
Mas não foi bem assim. Mais uma vez pressionado pelo PMDB —e pelo próprio Maia—, Temer demitiu Moura e entregou o cargo a Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Maia tinha acertado essa dança das cadeiras com Ribeiro para garantir o apoio do PP à sua reeleição.
Com o PMDB, ficou a liderança da maioria, cargo recriado pelo presidente para acomodar mais uma vez um parlamentar de seu partido. A vaga ficou com o peemedebista Lelo Coimbra (ES).