Folha de S.Paulo

Crise política ofusca melhorias econômicas

Em 2 dias, Temer perdeu chanceler, criou racha na base e viu chefe da Casa Civil envolvido em situação delicada

- GUSTAVO URIBE MARINA DIAS

Governo federal tinha expectativ­a de reverter desgaste na imagem com medidas como queda dos juros

que contou ter enviado dinheiro ao escritório do advogado após pedido de Padilha.

Para o Planalto, a partir de agora o presidente vive uma guerra de versões: ou o ministro da Casa Civil encontra uma boa explicação para se livrar da história, ou Michel Temer não terá muita escolha a não ser tirá-lo da Casa Civil.

O presidente percebeu ainda nos últimos dias que é preciso lidar com a frustração. Ele esboçou enfrentar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e deixar o deputado André Moura (PSC-SE) na liderança do governo na Casa.

Era um aceno ao “centrão”, que teria uma forma de interlocuç­ão com o Planalto sem precisar passar por Maia.

Mas não foi bem assim. Mais uma vez pressionad­o pelo PMDB —e pelo próprio Maia—, Temer demitiu Moura e entregou o cargo a Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Maia tinha acertado essa dança das cadeiras com Ribeiro para garantir o apoio do PP à sua reeleição.

Com o PMDB, ficou a liderança da maioria, cargo recriado pelo presidente para acomodar mais uma vez um parlamenta­r de seu partido. A vaga ficou com o peemedebis­ta Lelo Coimbra (ES).

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