Trump barra veículos de imprensa e pede fim do anonimato de fontes
Em nova ofensiva, presidente dos EUA volta a dizer que a mídia é ‘inimiga do povo’ americano
Trump disse ser contra “as pessoas que inventam histórias e inventam fontes”. “Eles não deveriam usá-las a não ser que usem o nome de alguém”, disse. “Vocês verão as notícias desaparecerem como nunca antes.”
Não está claro se Trump pretende fazer algo mais do que defender publicamente o fim do anonimato de quem repassa informação a jornalistas.
O governo do antecessor, Barack Obama, foi um dos que mais atrapalharam a relação entre as fontes e os repórteres. Sua administração processou responsáveis por vazamentos em nove casos —contra três de todas as gestões anteriores somadas—, invocando a Lei de Espionagem, de 1918.
No mais conhecido deles, o ex-agente da CIA Jeffrey Sterling foi condenado, em 2015, a três anos e meio de prisão por fornecer detalhes secretos de uma operação sobre o Irã ao repórter do “NYT” James Risen.
Em artigo em dezembro, Risen sugeriu que Obama deixava uma herança perigosa. “Se Trump decidir colocar um delator na cadeia por tentar falar com um repórter (…), vamos ter a quem agradecer.”
21.JAN.17
em discurso na sede da CIA um dia após tomar posse como presidente
Como vocês sabem, eu tenho uma guerra em curso com a mídia, eles estão entre as pessoas mais desonestas da Terra Temos que descobrir o que está acontecendo, porque a imprensa está fora de controle. O nível de desonestidade está fora de controle
16.FEV.17
em entrevista coletiva contra a imprensa que durou mais de uma hora
A mídia das notícias falsas [fake news, em inglês] não é minha inimiga, ela é a inimiga do povo americano!
17.FEV.17
em rede social, citando o jornal “The New York Times”, a CNN e outros
Eu sou contra as pessoas que inventam histórias e inventam fontes. Eles não deveriam usá-las a não ser que usem o nome de alguém
24.FEV.17
em discurso na convenção da União de Conservadores dos Estados Unidos