Desemprego já atinge quase 13 milhões
Taxa de desocupação chega a 12,6% no trimestre encerrado em janeiro, a mais alta desde o início da série, em 2012
Há um ano, na mesma base de comparação, índice de desemprego no país era de 9,5%, de acordo com o IBGE
O país fechou o trimestre encerrado em janeiro com 12,9 milhões de pessoas desocupadas, informou nesta sexta-feira (24) o IBGE.
A informação consta na Pnad Contínua, a pesquisa oficial de emprego do instituto. O dado refere-se ao trimestre formado pelos meses de novembro e dezembro do ano passado e janeiro deste ano.
O conceito de desocupados engloba apenas os desempregados que estão em busca de oportunidade. Em dezembro, esse contingente era de 12 milhões no Brasil.
A taxa de desocupação —que é o índice que mede o nível do desemprego— atin- giu 12,6% no período e foi a mais alta já verificada desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 2012.
O índice teve alta de 0,8 ponto percentual em relação ao verificado no trimestre encerrado em outubro, quando a taxa esteve em 11,2%. O IBGE recomenda comparação de trimestres em que não há sobreposição de meses.
O desemprego subiu também na comparação anual do indicador. No trimestre encerrado em janeiro de 2016, a taxa esteve em 9,5%, alta de 3,1 pontos percentuais.
Os dados apontam para uma contínua deterioração do mercado de trabalho, a despeito dos esforços do governo de resgatar a economia, com a queda de juros promovida pelo Banco Central e a liberação de saldos de contas inativas do FGTS.
O governo acredita que essas duas medidas darão fôlego para uma nova onda de consumo pelos brasileiros, o que levaria a um impulso na economia. Economistas ressaltam, contudo, que o mercado de trabalho é sempre o último a sentir os efeitos da crise, mas também é o que mais tende a se recuperar.
Somente no intervalo dos trimestres encerrados em outubro e janeiro, 879 mil pessoas entraram na fila do emprego no país. Na comparação anual —janeiro de 2016 com janeiro de 2017—, foram 3,3 milhões de novas pessoas nessa condição.
Considerando o intervalo de dois anos —janeiro de 2015, quando os primeiros efeitos da crise foram sentidos—, a quantidade de pessoas que entraram vai a 6 milhões.
“Janeiro geralmente é um ano de desemprego maior, em razão de dispensas de trabalhadores temporários, mas o que estamos vendo é que o ritmo de expansão da desocupação está maior do que apenas o efeito da sazonalidade”, diz o técnico da coordenação do Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo. ENTENDA O IBGE considera desocupadas as pessoas em idade para trabalhar, sem emprego, mas que buscam oportunidades. Pesquisa do próprio instituto mostrou também que é alta a chamada subutilização da força de trabalho.
Ela é formada por pessoas sem emprego, mas que não estão procurando vaga, ou de pessoas que em idade ativa, mas que não podem trabalhar naquele momento, e pessoas com cargas horárias insuficientes. Segundo o instituto, em 2016 havia 24,6 milhões de pessoas nessa situação.
DO RIO
Das 27 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, 20 tiveram renda per capita da população abaixo da média em 2016.
A informação foi divulgada nesta sexta (24) pelo IBGE e considera a renda per capita por domicílio dos Estados brasileiros.
A renda média per capita no país em 2016 foi de R$ 1.226, alta de 10,1% em relação a 2015. O IBGE, contudo, não faz a correção dos valores com base na inflação. O crescimento, portanto, é nominal.
À exceção do Amazonas, que teve queda nominal no rendimento, todos os outros Estados tiveram melhora na renda per capita, a despeito do ano com alto desemprego.
Onze Estados, no entanto, ainda têm renda por habitante mais baixa do que o salário mínimo nacional, que é de R$ 880 mensais.
Maranhão (R$ 575), Alagoas (R$ 662) e Pará (R$ 708) são os com pior rendimento. O Distrito Federal lidera o ranking —R$ 2.351 em 2016, alta de 4,3% .
São Paulo encerrou o ano passado com renda per capita de R$ 1.723, alta de 16,2% em relação ao apurado em 2015. A renda do Rio foi de R$ 1.429, alta de 11,2% em relação a 2015.