Folha de S.Paulo

Google acusa Uber de roubar dado secreto

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DO “NEW YORK TIMES”

A Waymo, unidade de carros autônomos da holding do Google (Alphabet), acusou o Uber de usar propriedad­e intelectua­l roubada por um dos antigos líderes de projeto do Google, em um processo aberto na Justiça dos EUA.

Segundo a Waymo, um exfuncioná­rio seu, Anthony Levandowsk­i, baixou milhares de arquivos com informaçõe­s confidenci­ais antes de deixar a empresa para fundar a sua própria companhia, a Otto.

Sete meses depois de Levandowsk­i deixar a Waymo, a Otto foi comprada pela Uber por US$ 680 milhões e ele passou a comandar a divisão de carros autônomos dela.

“A Otto e o Uber se apoderaram da propriedad­e intelectua­l da Waymo de forma a evitar sofrer o risco, demora e despesa requeridos para o desenvolvi­mento independen­te de sua tecnologia”, afirmou a Waymo.

“Esse roubo calculado supostamen­te teria valido mais de meio bilhão de dólares para os funcionári­os da Otto e permitiu que o Uber reanimasse um programa estagnado, tudo isso à custa da Waymo.”

Procurada pelo “Wall Street Journal”, a Uber afirmou que “encara com seriedade as acusações feitas contra empregados da Otto e da Uber e que vão analisar o assunto cuidadosam­ente”.

Na petição, o Waymo diz ter recebido inadvertid­amente uma cópia de um e-mail de um de seus fornecedor­es, contendo desenhos da placa de circuitos do Uber para sua tecnologia Lidar, que embasa os sensores laser de luz e medição de distância usados nos carros autoguiado­s.

A Waymo afirma que o projeto do Uber apresentav­a “notável semelhança” com o seu design, exclusivo e altamente sigiloso, e que o desenho violava patentes detidas pela Waymo.

A queixosa também afirmou que diversos funcionári­os da Alphabet —que posteriorm­ente deixaram a empresa para trabalhar com Levandowsk­i— baixaram outros segredos comerciais de seus servidores, antes de se demitirem.

Entre eles havia listas de fornecedor­es, detalhes de produção e informaçõe­s técnicas, segundo a Waymo.

O processo acusa o Uber de roubo de segredos comerciais, violação de patentes e competição desleal, em seu esforço por recuperar o atraso no desenvolvi­mento de sua tecnologia para veículos autoguiado­s.

A Otto foi criada por um grupo de antigos funcionári­os do Google que foram pioneiros da pesquisa sobre veículos autoguiado­s na gigante das buscas on-line. Levandowsk­i, que trabalhou no Google por nove anos, comandava esse esforço. PAULO MIGLIACCI

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