Folha de S.Paulo

Extravagan­te ícone da arte pernambuca­na

- GUITA CHARIFKER (1936-2017) FERNANDA PEREIRA NEVES

Guita não tinha medo de experiment­ar coisas novas quando se tratava de arte, estava sempre curiosa. Podia pegar um avião e seguir em busca de inspiração em um país qualquer ou mudar sua forma de expressão da escultura para uma pintura a óleo.

Pernambuca­na de Recife, ela descobriu a arte durante um passeio pela rua Velha, na região de Boa Vista. Já desenhava antes disso, sozinha, em casa, mas nunca tinha visto um ateliê e pessoas reunidas, dedicadas apenas a isso. Logo se tornou aluna do Atelier da Sociedade de Arte Moderna do Recife, sendo orientada por Abelardo da Hora.

Dos desenhos de criança, vieram esculturas de barro, pinturas a óleo e aquarelas.

No começo, Guita conciliava o trabalho com afazeres de casa, marido, filhos. Fazia as pinturas na madrugada, em um cômodo que dividia com a lavadeira, até decidir se mudar para o Rio nos anos 1970.

Sozinha na capital fluminense, conheceu ateliês, artistas, viajou, se dedicando apenas às pinturas. “A arte foi mais forte e me chamou”, resumiu em entrevista à “Revista Continente”, há 16 anos.

Guita voltou a Pernambuco já perto dos anos 1980, se fixando em Olinda. Fez de sua casa um ponto de encontro de artistas, com reuniões para bate-papos e um copo de uísque. Também montou lá seu ateliê e um jardim, que se tornou inspiração de suas obras.

Seu último pedido foi para ser cremada e ter as cinzas jogadas no local. Pedido estranho para uma judia, mas Guita também era filha de Oxum e admiradora de santa Luzia.

Morreu dia 10, aos 80 anos, por insuficiên­cia renal. Deixa 2 filhos, 4 netos e 3 bisnetos. coluna.obituario@grupofolha.com.br

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