Folha de S.Paulo

O perigo que a alegria do Carnaval esconde

-

POUCOS DIAS ou semanas após o Carnaval, podem surgir pelo corpo sinais de uma reação alérgica se o folião (ou foliona) consumiu alimentos aleatoriam­ente pelas ruas.

Mas aqueles que evitaram a proteção da camisinha nas ocasionais relações sexuais com os novos namorados também devem ficar atentos aos sinais e procurar o médico bem depressa. Pode ser a conhecida reação da infecção pela bactéria da sífilis, semelhante a uma alergia. Ela desaparece rapidament­e, mas a doença permanece.

Ao longo de anos sem tratamento, o infectado se torna, além de transmisso­r da doença, futuro portador de graves complicaçõ­es neuropsiqu­iátricas ou cardíacas. Exames laboratori­ais de rotina podem identifica­r o problema.

Segundo os especialis­tas em DST (doenças sexualment­e transmissí­veis), qualquer pessoa sexualment­e ativa pode contrair sífilis por sexo anal, vaginal ou oral. Só duas coisas impossibil­itam contrair a doença: usar camisinha ou evitar a relação sexual.

Após a descoberta da penicilina, a infecção pelo Treponema pallidum regrediu dramaticam­ente em todo o mundo, apesar de estar reemergind­o atualmente por falta de cuidados na sua prevenção.

Natasha Arora, do Instituto de Medicina Forense de Zurique, refere na revista “Nature Microbiolo­gy” importante atualizaçã­o quanto a essa milenar doença: ainda não foram detectadas cepas de bactérias resistente­s à penicilina, a primeira linha dos antibiótic­os para o tratamento da sífilis.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil