Folha de S.Paulo

Interior ameaça como nunca na década

Corinthian­s, Palmeiras, Santos e São Paulo voltam a campo neste sábado (25) para espantar as zebras

- EDUARDO RODRIGUES LUIZ COSENZO Jogadores da Ferroviári­a comemoram gol na vitória sobre o Santos na Vila Belmiro pela quarta rodada do Paulista

PAULISTA

Corinthian­s, Palmeiras, Santos e São Paulo voltam a campo contra as equipes do interior neste sábado (25), pela sexta rodada do Campeonato Paulista. E desde 2008 nunca foi tão difícil para os considerad­os grandes enfrentar os pequenos.

De acordo com levantamen­to feito pela Folha, nos últimos nove anos esta é a primeira vez que os times de menor expressão conseguira­m mais do que três vitórias até a quinta rodada —são quatro.

Em edições anteriores, o máximo de triunfos dos pequenos sobre os grandes até esta altura do campeonato foram três, em 2014.

Neste ano, o Corinthian­s foi derrotado pelo Santo André, no Itaquerão, enquanto o Santos caiu para a Ferroviári­a, na Vila Belmiro. Já o Palmeiras perdeu para o Ituano, fora de casa, e o São Paulo foi batido pelo Audax, na Arena Barueri —o mando era do time de Osasco.

Das cinco rodadas de 2017, apenas na terceira e na quinta não houve zebras. Nas duas foram disputados clássicos: Santos x São Paulo e Corinthian­s x Palmeiras.

Entre os quatro grandes, Santos e São Paulo foram os que mais perderam pontos para os rivais: cinco. Apesar disso, o time tricolor é o líder do seu grupo. Já o Santos apa-

TARCÍSIO PUGLIESE

técnico do Ituano

“diferença está na sequência do trabalho. Estou aqui há quase três anos e muitos jogadores também permanecer­am “

A Ferroviári­a ganhou do Santos com um sistema tático muito atual. O time jogou muito compactado como a Costa Rica na Copa de 2014

rece na terceira colocação e, hoje, estaria fora das quartas de final do Estadual.

As explicaçõe­s para a dificuldad­e do quarteto variam. Alguns cartolas afirmam que o maior repasse da cota de televisão aos menores explicam o maior equilíbrio.

Até o ano passado, os clubes recebiam aproximada­mente R$ 4,3 milhões. Em 2017, após o novo acerto com a Globo, a FPF (Federação Paulista de Futebol) aumentou a verba em 13%, além de distribuir bonificaçõ­es para os times que disputam as quatro divisões do Brasileiro e por estarem há mais tempo na elite estadual. Mesmo assim, a diferença para os grandes é enorme. Os quatro recebem R$ 19 milhões. A Ponte Preta, que está na Série A do Nacional, é a que mais se aproxima com R$ 6 milhões.

Dono da melhor campanha

TONINHO CECÍLIO

treinador do Santo André da competição e rival do Corinthian­s neste sábado, o Mirassol aponta que a diminuição no número de equipes —de 20, em 2016, para 16, neste ano— proporcion­ou maior equilíbrio no torneio.

“Sabíamos que ia ser nesse nível porque diminuiu o número de equipes e muitos jogadores bons ficaram disponívei­s. Começamos a preparação em janeiro e estamos evoluindo”, disse o treinador da Mirassol, Moisés Egert.

Já o técnico do Ituano aponta que a manutenção de quase metade do elenco da temporada passada foi importante para o bom início no Estadual. O clube já faturou quatro pontos em cima dos grandes —venceu o Palmeiras e empatou com o Santos.

“Aqui no Ituano o grande diferencia­l é a manutenção do trabalho. Eu estou aqui há quase três anos e muitos jogadores também estão há bastante tempo. Os atletas já se conhecem e isso facilita o trabalho”, afirmou o técnico Tarcísio Pugliese.

Toninho Cecílio, técnico do Santo André, clube que já venceu o Corinthian­s no torneio, também citou a organizaçã­o tática dos pequenos.

“Os clubes pequenos estão mais estruturad­os e preparados. A Ferroviári­a ganhou do Santos com um sistema tático muito atual. Jogou muito compactada semelhante a Costa Rica na Copa”, disse o treinador, que já foi zagueiro do Palmeiras.

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Guilherme Dionizio-18.fev.2017/Photo Press/Folhapress

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