Líder de quadrilha de arranjo de resultados faz delação premiada
Anderson Rodrigues chefiava esquema de combinação de jogos para apostadores malaios
Líder de quadrilha de manipulação de resultados de futebol no Brasil, Anderson da Silva Rodrigues fez acordo de delação premiada no âmbito da operação Game Over e, caso o acordo seja homologado por juiz encarregado em prazo ainda não estabelecido, ele deverá se entregar na sequência. A informação foi apresentada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e confirmada pela Folha.
Desde o primeiro semestre de 2016, a Polícia Civil de São Paulo investiga manipulação de resultados em campeonatos no Brasil para beneficiar grupo criminoso que atua nas bolsas de apostas na Ásia.
Como adiantado pela Folha, dois malaios, Jawahir Saliman, 40, e Zulfika Bin Mohd Sultan, 38, são tidos como os principais articuladores do esquema fora do Brasil. Atualmente, ambos estão na lista de procurados pela Interpol.
Em depoimento na segunda (20), Rodrigues confirmou que agia sob orientação de criminosos instalados na China, na Malásia e na Indonésia.
Ele também confirmou informações específicas levantadas pela Polícia Civil sobre jogos manipulados, envolvidos e valores recebidos.
Nove suspeitos foram presos desde julho do ano passado e hoje respondem aos processos em liberdade. Segundo o acordo de delação premiada costurado por seu advogado, Rodrigues também aguarda em liberdade a homologação.
Dessa forma, Thiago Coutinho segue como o único envolvido que está foragido e com o qual a polícia ainda não conseguiu estabelecer qualquer tipo de contato.
O acordo de delação premiada de Rodrigues não é o primeiro no âmbito da Game Over. Seu braço direito, o exjogador Márcio Souza, 36, também fechou acordo do tipo e forneceu informações que ajudaram no andamento das investigações.
À reportagem, participantes do esquema disseram que foram enganados por Rodrigues. Ele os abordava perguntando se conheciam algum clube com problemas financeiros. Aos poucos, ele revelava a intenção de manipular resultados. Na conclusão do negócio, ele tratava diretamente com o contato que fez no clube, cortando o parceiro, que então ficava sem receber.