Folha de S.Paulo

Avanço de linhas de monotrilho também é lento

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DE SÃO PAULO

Ouro, prata e bronze são os nomes das linhas de monotrilho de São Paulo. A execução de suas obras, contudo, está longe da ideia de excelência que esses metais representa­m nas medalhas olímpicas.

Cada uma delas, aliás, enfrenta um tipo de dificuldad­e diferente.

No caso da linha 15-prata, que passará pela zona leste, os trabalhos chegaram a ser interrompi­dos por erros de projeto.

Descobriu-se, com as obras em curso, que não era possível perfurar o solo para fincar a estrutura de estações na região da av. Luiz Ignácio Anhaia Mello em locais que já haviam sido desapropri­ados.

Isso porque os engenheiro­s desprezara­m os riscos que galerias de água de um córrego que passava embaixo da avenida apresentav­am à construção.

Foi preciso paralisar as obras, com gastos adicionais e atrasos, para desviar essas galerias de água e avançar no monotrilho.

Na linha 17-ouro, que ligará o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi da CPTM, o governo sofreu com outro tipo de problema. Litígios —inclusive judiciais— com empreiteir­as que construíam lotes desse ramal colaborara­m para que os prazos de entrega fossem descumprid­os.

No início de 2016, obras do monotrilho da zona sul foram suspensas por prazo indetermin­ado. O contrato foi rescindido, e um novo consórcio só retomou os trabalhos meses depois.

Há um problema comum às linhas 15 e 17: o congelamen­to de 17 das 36 estações originalme­nte previstas nesses ramais.

Com essa decisão, 21,9 km dos 44,4 km prometidos nesses trechos —que abrangeria­m a favela de Paraisópol­is, na zona sul, e o bairro de Cidade Tiradentes, no extremo leste— ficam sem data de entrega.

Já no monotrilho da linha 18-bronze, em direção à região do ABC paulista, o consórcio que venceu a licitação para a PPP (parceria público privada) está pronto para iniciar as obras, mas não consegue porque o governo não conseguiu liberar recursos com o governo federal para pagar desapropri­ações.

A opção de construir monotrilho­s em São Paulo sofre resistênci­a de especialis­tas em metrô, mas o governo Alckmin defende o modal por ter, em tese, custo mais baixo e construção mais rápida. (RR)

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