Folha de S.Paulo

Esquema com cervejaria era ‘burla eleitoral’, diz delator

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seria feita oficialmen­te pela construtor­a e outra parte via um “terceiro””— neste caso, o grupo Petrópolis.

BJ afirmou que a empreiteir­a gerenciava uma espécie de “conta conjunta” com a cervejaria. Essa “conta”, segundo ele, tinha direito a remuneraçõ­es com taxas similares ao CDI, principal indicador de taxa de renda fixa.

“O que acabou acontecend­o? Ele [Walter Faria] tinha interesse em se associar com a Odebrecht em projetos específico­s. Achava que a cervejaria já estava no seu auge e a qualquer momento iria vendê-la para uma empresa internacio­nal”, contou BJ.

O relato mostra que a operação funcionava como um empréstimo feito pela cervejaria, que seria compensado mais tarde com projetos.

“Qual era a combinação específica? Você [Itaipava] faz a doação em meu nome [Odebrecht], a gente cria uma conta corrente; até que eu converta isso num projeto, eu te remunero por CDI como se você fosse um banco que está me emprestand­o dinheiro”.

“Após pegar esse volume e transforma­r num projeto, a gente abate e eu me obrigo a que esse projeto em que levo você para ser meu sócio te dê uma remuneraçã­o maior que o CDI que o banco te daria. Essa era a combinação genérica que eu tinha com o sr. Walter”, detalhou BJ.

O executivo disse ainda achar que “a combinação” com Walter foi feita em 2008, 2010, 2012 e 2014.

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