Ciclovia PMDB
O Conselho Regional de Engenharia do Rio apresentou, nesta terça (28), um laudo que aponta falhas estruturais graves na ciclovia Tim Maia. Elaborado por ordem da Justiça, ele recomenda que o caminho permaneça fechado até passar por reparos emergenciais.
É a mesma obra de R$ 45 milhões cujo trecho desabou há um ano, matando duas pessoas. O Crea identificou vários pontos de corrosão e fissuras. A polícia, que indiciou 14 pessoas pelas mortes, apontou falhas desde a licitação até a execução.
Seria justo que a prefeitura renomeasse o local para homenagear o PMDB fluminense, poupando Tim Maia da associação com algo tão falho. Tal qual a mal planejada e mal executada ciclovia, o domínio peemedebista sobre a cidade e o Estado do Rio pode ter parecido bom por um tempo, mas revelou-se uma obra cara, corrompida e perigosa, que caminha para uma interdição completa.
Se a prisão do ex-governador Sérgio Cabral se assemelhou à queda da pista, as prisões, nesta quarta (29), de cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, além da condução coercitiva do presidente da Alerj, o também peemedebista Jorge Picciani, foram equivalentes ao laudo do Crea: uma indicação clara de que o problema não era pontual, mas generalizado, e que vai ser preciso refazer tudo.
As investigações e delações vão colocando sob suspeita basicamente todos os que se envolveram com as administrações do PMDB fluminense. Essa desconfiança generalizada, plenamente justificada, trava as chances de tirar o Rio da calamidade.
O projeto de recuperação fiscal dos Estados, por exemplo, teve sua votação adiada na Câmara depois da operação desta quarta porque não havia “clima”, segundo o relator, o peemedebista Pedro Paulo. Oxalá a salvação do Rio não fique atrelada à sorte do partido que o governa. marco.canônico@grupofolha.com.br