Folha de S.Paulo

Aécio pede que STF apure vazamentos de delações

Tucano solicitará acesso aos depoimento­s de ex-executivo da Odebrecht

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Segundo ‘Veja’, Benedicto Junior teria afirmado que empresa depositou propina a senador em NY; ele nega

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que vai protocolar duas petições no STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir acesso à delação de Benedicto Junior, expresiden­te da Odebrecht Infraestru­tura, e solicitar que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, apure o vazamento do conteúdo de colaboraçõ­es de empresário­s com a força-tarefa.

Em entrevista em Brasília, Aécio se disse “vítima de ataques e incompreen­sões” e afirmou que é “falsa, criminosa e irresponsá­vel” a informação de que recebeu propina da Odebrecht em uma conta bancária em Nova York operada por sua irmã Andrea Neves, como publicou “Veja”.

A revista afirma ter tido acesso ao conteúdo da delação de Benedicto Junior, homologada pelo STF, e que o ex-executivo disse que os pagamentos a Aécio foram “contrapart­ida” ao atendiment­o de interesse da empreiteir­a em obras como a da Cidade Administra­tiva, em Minas, e da usina de Santo Antônio, em Rondônia, onde a Cemig (estatal mineira) integrou um consórcio.

“Estou peticionan­do hoje ainda ao ilustre ministro Edson Fachin, do STF, para que ele me permita acesso imediato à delação desse cidadão, o senhor Benedicto Junior, para que nós possamos saber o que ali consta e eu possa exercer meu direito à defesa. Da mesma forma, estou peticionan­do ainda hoje ao ministro para que determine apuração rigorosa dos vazamentos sucessivos e direcionad­os que vêm ocorrendo nos últimos meses”, disse Aécio.

Ao lado de seus advogados, o ex-presidente do STF Carlos Velloso e o ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira, o senador tucano se disse “indignado” com a publicação da reportagem e afirmou que a revista não respondeu quando ele solicitou o nome do banco em que estaria a suposta conta operada por sua irmã.

“Não existe conta nem em Nova York nem em nenhum outro lugar dos Estados Unidos e do mundo”, disse.

O senador afirmou ainda que conhecia BJ, como era chamado o ex-executivo, mas que sua relação com ele era “formal”.

(MARINA DIAS)

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Michel Filho/Agência O Globo Acompanhad­o de advogados, Aécio chega para entrevista

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