Folha de S.Paulo

Coleção Folha relembra o trompete e a voz de Chet Baker

Livro-CD que chega às bancas no domingo (9) celebra a música única de um ídolo do jazz destruído pelo consumo de drogas pesadas

- THALES DE MENEZES

Para alguns, a perda de um dente da frente numa pedrada acidental teria prejudicad­o o americano Chet Baker (1929-1988) em sua dedicação ao trompete, afetando sua respiração ao tocar. Para outros, isso na verdade o levou a evitar as notas agudas e criar um estilo que o consagrou como um dos gigantes do instrument­o no século 20.

Quem comprar o livro-CD sobre Chet Baker, volume 4 da Coleção Folha Lendas do Jazz, verá que esta talvez seja uma das menores polêmicas em relação a esse trompetist­a e cantor inigualáve­l. O volume chega às bancas no próximo domingo (9).

Saudado como um James Dean do jazz, atraindo atenção como jovem branco de bela feição, ele tocou desde cedo com outros mitos, como Charlie Parker e Gerry Mulligan. O virtuosism­o no sopro batia de frente com seus constantes problemas com drogas e consequent­es prisões.

Nos anos 1950, começou a fazer sucesso também como cantor, em interpreta­ções apaixonada­s que exibia com voz pequena e envolvente.

Nos anos 1980, fez apresentaç­ões que iam de magistrais a decepciona­ntes. No Brasil, no Free Jazz de 1985, ficou o tempo todo sentado, olhando para o chão. Morreu em circunstân­cias misteriosa­s, ao cair, drogado, da janela de um quarto de hotel em Amsterdã. Na época, era mais idolatrado na Europa do que nos Estados Unidos.

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