Folha de S.Paulo

MICROZINHA­S

Canal de vídeos materializ­a sonho de infância com cozinha míni que faz comida de verdade

- LUIZA FECAROTTA

Filtro de barro

míni=7cm padrão = 42 cm Panela míni = 3,3 cm padrão = 20 cm

Prato de jantar

míni = 2,2 cm X 1,7cm padrão = 23 cm (diâmetro)

Garfo

míni = 1,9 cm padrão = 20 cm

Batedeira

míni=3cm padrão = 55 cm

Faca

míni = 2,2 cm padrão = 22 cm

Cafeteira

míni=2cm padrão = 21,5 cm Vídeo da TV Folha mostra preparação de minifeijoa­da e miniqueijo coalho folha.com/no1871387

FOLHA

Na lista de ingredient­es do preparo do picadinho, duas gotas de azeite. Um décimo de uma colher de chá de manteiga para fazer a farofa. Dois grãos de feijão-preto amassados para a feijoada.

São medidas como essas, em escalas minúsculas, que surgem recorrente­s nas receitas executadas em minicozinh­as, uma tendência conhecida como “tiny kitchen”, que surgiu no Japão, vazou para os Estados Unidos e chega agora no Brasil, com a Tastemade, que publica vídeos na internet em oito idiomas.

Foi aqui que essa plataforma digital de comida e viagem, considerad­a a maior do mundo, montou três cozinhas profission­ais para gravar programas como “Minicozinh­a Brasileira”, cuja primeira temporada, lançada no final do ano passado, já tem mais de 20 milhões de visualizaç­ões e, neste mês, ganha perfis no Instagram e no Facebook (@minicozinh­atm).

“As pessoas ficam hipnotizad­as, mas tem gente que odeia e sente um nervoso [risos]”, diz Frederico Leonardo Dora, 29, diretor da operação no Brasil. Para a “tastemaker” Mariana Moura, 27, a febre está relacionad­a com “aquele sonho de infância de ter a cozinha da vida e poder fazer tudo de verdade”.

Das três cozinhas montadas em um estúdio em São Paulo, a mais cara foi a míni, projetada por um escritório de arquitetur­a especializ­ado em maquetes, com elementos que fizessem referência ao país, como um filtro de barro e louças mineiras.

Só o fogão, que veio da Alemanha e é aquecido com uma velinha,custouR$1.200.Nem sempre alcança temperatur­a adequada para uma fritura, por exemplo. Neste caso, o óleo é aquecido previament­e em uma cozinha de apoio, conta a designer Fernanda Picoloto, 27, que manipula com habilidade e minúcia os microapetr­echos e adapta as receitas para a versão míni.

Ainda que haja um compromiss­o real com o processo, que envolve apenas comida de verdade, há improvisos como o uso do cacau em pó no lugar do granulado para envolver o brigadeiro.

Estareceit­a,apropósito,integra o primeiro minilivro da série—pororaimpr­essosópara teste. Trata-se de um ímã de geladeira que compila quitutes (coxinha, cocada, acarajé) da primeira temporada do programa, que nasceu de umexperime­ntodejapon­eses em uma cozinha de boneca.

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