CRÍTICA Romance adolescente é novelão intergaláctico
Leviano e com diálogos artificiais, ‘O Espaço entre Nós’ usa Marte como pano de fundo para enredo pré-fabricado
FOLHA
Vampirismo. Bruxaria. Câncer terminal. Quando o sujeito pensa já ter visto todos os panos de fundo possíveis para romances adolescentes, vem o genial mercado cinematográfico com mais uma maquiagem para contar o amor nessa fase da vida: o espaço sideral.
“O Espaço entre Nós” é a história da atração inocente entre um menino criado fora da Terra com uma jovem que foi abandonada pelos pais e vive uma vida vulgar de abandonada numa cidade na barriga dos EUA.
Gardner é o filho de uma astronauta que embarcou inadvertidamente grávida em uma missão colonizadora do planeta vermelho e acabou nascendo lá. Sem nunca ter vivido sob a opressão da força da gravidade terrestre, seu corpo se desenvolve de uma maneira peculiar, e é arriscado que ele cruze a atmosfera do planeta da sua raça. O NOME DELA É TULSA Mas o pirulão decide, com a inconsequência dos adolescentes, enfrentar esse grande enigma, porque tem um bom motivo. O nome dela é Tulsa, a jovem mulher de caráter forte (e uma notável semelhança física com Jennifer Lawrence, que infelizmente não se infiltra em sua capacidade de atuar).
O humano extraterrestre vem para o planeta azul só para ver seu crush digital. Chegando aqui, fica embasbacado pela água, pelo céu, pelos pássaros e até pelos mendigos.
A película é um “Gravidade” sem nenhuma gravidade. Tudo é leviano: roubo de carros, quedas de aviões, casamentos, xamanismo e um sem fim de patacoadas.
Do momento em que todos descem à Terra, o que parecia não ter espaço para piorar rola ladeira abaixo.
Temos um novelão intergaláctico, com direito a revelações paternas à la Star Wars, doenças galopantes e diálogos artificiais a ponto de fazer corar os piores roteiristas do SBT.
O leitor que gosta de cinema pode se fazer um favor: respeitar o espaço que há entre ele e uma sala exibindo “O Espaço entre Nós”. (THE SPACE BETWEEN US) DIREÇÃO Peter Chelsom ELENCO Asa Butterfield, Britt Robertson, Gary Oldman PRODUÇÃO EUA, 2016, 12 anos QUANDO em cartaz AVALIAÇÃO ruim