Folha de S.Paulo

Reformas ineficazes levarão país ao precipício, diz ex-diretor do BC

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Reforma da Previdênci­a

Este é um dos momentos mais importante­s da nossa história porque a situação de hoje é a de um país quebrado, só que com um bom horizonte, que são as reformas.

Não dá mais para brincar. Nos últimos dez anos, a relação entre dívida e PIB cresceu de forma brutal, mais de 10, 15 pontos percentuai­s.

Para que a reforma não seja uma ‘meia-sola’, é preciso que permaneça ao menos 60% ou 70% da proposta original.

Isso quer dizer que [é preciso incluir] quase obrigatori­amente a idade mínima de 65 anos para os homens e perto disso para mulheres, além de outros pontos.

Com uma boa reforma, melhora muito o problema, e se houver aumento de imposto, será uma coisa muito margiA nal. Teremos mais cresciment­o e mais emprego, em uma economia mais produtiva.

Se tivermos uma má reforma, a alta de imposto terá de ser muito maior. E quem mais sofre é a classe mais pobre.

Diante de alguns gastos que crescem sem parar, você comprime outros e vai ter de aumentar muito tributo, o que torna a economia menos eficiente. É uma espiral da qual não se consegue sair.

É pior do que mediocriza­r a economia, é levá-la a uma situação de total desequilíb­rio estrutural, sem solução, porque a reforma da Previdênci­a já terá ocorrido, e ela é o grande problema, com gastos que crescem muito rápido.

Sem reforma, anualmente, teremos um cresciment­o nas despesas de R$ 100 bilhões, a partir deste ano. Não dá mais para ser gradualist­a.

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