Folha de S.Paulo

Tucanos defendem mudança na Previdênci­a de servidor estadual

- MARIANA CARNEIRO

Os governador­es tucanos Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO) fizeram neste domingo (9) uma forte defesa da reforma da Previdênci­a para servidores estaduais.

Temendo resistênci­a na Câmara dos Deputados e influência de grupos de servidores organizado­s contra a reforma, como professore­s e policiais, o governo federal decidiu retirar os funcionári­os estaduais da reforma que está sendo discutida no Congresso.

Para moderar a insatisfaç­ão gerada pela decisão, o presidente Michel Temer indicou que vai incluir no texto da reforma uma previsão para que os Estados tenham seis meses para aprovar reformas próprias, caso contrário entrarão nas mesmas regras federais.

Tanto Alckmin quanto Perillo defenderam que os servidores tenham um tratamento mais próximo ao do setor privado. Eles fizeram uma aparição ao vivo, direto do Palácio dos Bandeirant­es, numa rede social pela manhã.

“Você tem uma Previdênci­a pública que paga salários de R$ 30 mil, R$ 50 mil, uma coisa totalmente desequilib­rada e financiada pelo trabalhado­r de baixa renda. Eu sempre defendi o regime geral de Previdênci­a para todos, no setor privado e no setor público, federal, estadual e municipal, com as mesmas regras”, disse Alckmin.

Perillo afirmou que, devido à crise dos Estados, teve de fazer cortes de R$ 3,5 bilhões nas despesas de Goiás. Também tenta aprovar um teto para limitar a expansão do gasto público no futuro. Mas afirma que a reforma da Previdênci­a é indispensá­vel.

A aposentado­ria foi a principal fonte de aumento de gastos com pessoal nos Estados nos últimos anos.

Perillo disse que, em Goiás, as despesas com a Previdênci­a dos servidores locais praticamen­te dobraram entre 2014 e 2017, de cerca de R$ 1 bilhão para R$ 1,950 bilhão.

“É uma coisa insustentá­vel. Não é culpa nossa, dos governador­es. Quem aprovou essas regras foi o Congresso Nacional lá atrás.”

Nos bastidores, Perillo tenta mobilizar os governador­es do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste para discutir o assunto com Temer. Na última semana, os governador­es do bloco Brasil Central (Centro-Oeste mais MA e RO) acertaram que vão tentar uma reunião com o presidente.

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