Folha de S.Paulo

O advogado que cuidava de crianças a idosos

- CAMILLO DURVAL GONÇALVES BERTI (1942-2017) THIAGO AMÂNCIO HERCULANO JOSÉ DE AGUIAR PUPO - Aos 89, casado com Vera Fleury Aguiar Pupo. Cemitério do Araçá, av. Dr. Arnaldo, 666, Cerqueira César. LOLA LEICAND - Aos 89, viúva. Cemitério Israelita do Butantã,

O advogado Camillo Durval Gonçalves Berti dedicou a vida a cuidar dos outros — em casa, no trabalho ou até mesmo de desconheci­dos.

Dos mais velhos, Camillo, filho único, começou a cuidar por causa dos pais.

Sua mãe, de quem era muito próximo, passou um ano e meio em coma, e ele ia todos os dias visitá-la e aferir as condições do hospital. Depois, de seu pai, que morou por sete anos em um abrigo de idosos, debilitado pelo mal de Parkinson, sob preocupaçã­o e zelo constantes do filho.

Cuidou também de crianças. Apaixonado por educação, deu aulas para o ensino fundamenta­l e chegou a estudar pedagogia depois de se formar na Faculdade de Direito da USP, nos anos 1960.

Ajudava ainda os meninos de rua que ficavam em volta da Secretaria de Relações do Trabalho, no centro de São Paulo, onde ele trabalhou de 1968 ao fim dos anos 1990.

Foi nessa época que o advogado cuidou de adultos. Atuou dando orientaçõe­s a trabalhado­res que tinham dúvidas sobre seus direitos e foi ainda diretor dos departamen­tos de assistênci­a social e relações empresaria­is da pasta, mediando conflitos entre patrões e sindicatos.

Aposentado, aproveitou os últimos anos para viajar — gostava de ir aos Estados Unidos e à Europa— e ler —Rousseau, filósofo da educação, era um de seus autores preferidos. “Ele era extremamen­te inteligent­e e culto”, diz a amiga Carolina de Napoli.

Passou os últimos 12 anos tratando problemas nos rins, que se agravaram nos últimos meses e Camillo morreu no dia 21, aos 64, deixando a companheir­a, Angélica, e amigos. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA OUTRAS MISSAS

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