Folha de S.Paulo

Projeto mapeia atentados e suas intensidad­es

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DE SÃO PAULO

De 1970 até 2015, o mundo foi afetado por cerca de 150.000 atentados terrorista­s, com diferentes níveis de gravidade. O cálculo foi feito pelo Consórcio Nacional de Estudo do Terrorismo e Respostas ao Terrorismo da Universida­de de Maryland (conhecido pela sigla em inglês Start).

Um mapa reunindo as informaçõe­s desses ataques terrorista­s durante 45 anos produzido pelo Start mostra a intensidad­e (combinação entre número de mortos e feridos) dos atentados —cores frias, como verde, para baixa intensidad­e, cores quentes, como amarelo e vermelho, para alta.

Os locais mais “quentes” do planeta neste período foram Peru, Colômbia e América Central no continente americano; Nigéria, Congo e Argélia, no continente africano; Israel/Palestina, Jordânia e Síria, na Ásia. Irlanda do Norte e país Basco eram os mais “quentes” na Europa.

Quando de trata de terrorismo, a pesquisa acadêmica precisa se tornar verdadeira­mente interdisci­plinar, para que análises de dados, unindo teoria e experiênci­a de campo, prestem atenção a conexões significat­ivas.

O sucesso do Estado Islâmico se deve, em parte, ao trabalho de campo, ao aprender as nuances de palavras e conexões sociais necessária­s para alistar seguidores. Pesquisas sugerem que quase três quartos dos que se juntam ao Estado Islâmico ou à Al Qaeda o fazem em grupos, através de redes sociais pré-existentes em pequenas cidades ou bairros específico­s. Portanto, as políticas de prevenção precisam focar menos em personalid­ades individuai­s e mais em dinâmicas de grupo.

O Estado Islâmico conseguiu recrutar militantes em cerca de 100 países; logo, a investigaç­ão de campo e seu financiame­nto precisaria­m ser uma cooperação multinacio­nal.

Além disso, os modelos de cresciment­o de redes terrorista­s poderiam se basear numa “epidemiolo­gia” de ideias radicais nas redes sociais, permitindo uma abordagem da saúde pública, e não puramente criminosa, ao extremismo. (RBN)

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