Folha de S.Paulo

Três óbvios e uma interrogaç­ão

- JUCA KFOURI COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sábado: Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

QUE O Palmeiras, o São Paulo e o Corinthian­s estariam nas semifinais do Paulistinh­a era óbvio e obrigatóri­o.

Passadas as primeiras rodadas, quando a melhor preparação física dos times pequenos em atividade desde dezembro faria diferença, os embates nas quartas de final teriam de sorrir para o Trio de Ferro.

Palmeiras e São Paulo se classifica­ram com os pés nas costas.

O primeiro fez 6 a 1 contra o Novorizont­ino no placar agregado e o segundo 7 a 0 no Linense.

O favorito a qualquer coisa Palmeiras sem forçar, mas capaz de deixar a sensação de estar pronto, seguro e com talentos para dar e vender.

Felipe Melo se firma com líder técnico e psicológic­o, Guerra se revela adaptado e Borja jogou demais no jogo da volta.

Sobre Fernando Prass, Mina, Zé Roberto, Tchê Tchê e Dudu ninguém tem dúvidas, mas Edu Dracena está firmíssimo, Michel Bastos renovado e Willian utilíssimo. Fora quem vem do banco e não deixa a peteca cair.

É claro que o Palmeiras não pode ser 100% avaliado contra adversário tão frágil, assim como o São Paulo que, no entanto, mostrou-se mais encorpado na goleada no Morumbi.

Renan é o goleiro, Jucilei, o xerife, Gilberto, a melhor sombra para Pratto, embora haja quem brinque que seja o inverso, e Thomaz pode ser uma boa escolha quando Cueva não estiver.

Se a Ponte Preta vencer o Santos, a única interrogaç­ão das quartas, posta desde o início do Paulistinh­a quando ambos caíram no mesmo grupo, teremos um Choque-Rei nas semifinais, aí sim um teste valioso para saber quem é quem.

O Palmeiras como favorito, sem dúvida, mesmo com a Libertador­es no caminho, porque o São Paulo tem a Copa do Brasil e o Cruzeiro deve ser adversário mais duro que o Peñarol. Mas o mais provável é que seja contra o Santos.

Aí teremos o Majestoso na semifinal.

E a esperança do corintiano será a de que em clássicos contra o São Paulo a vontade prevaleça contra a técnica, lembrando que o Alvinegro enfrentará o Inter também pela Copa do Brasil na quarta-feira.

Porque a magra vitória no domingo contra o Botafogo de Ribeirão Preto não permite animação.

Se é difícil fazer gols no Corinthian­s, é difícil o Corinthian­s fazer gols. Mais difícil é ver o Corinthian­s.

Prova disso mais uma vez foi o 1 a 0 contra o Botinha, suado gol de Rodriguinh­o que perdera outro muito mais fácil.

A comparação com os jogos dos dois rivais do Trio de Ferro nem cabe, porque não houve futebol na Arena Corinthian­s, mas apenas trombadas e passes errados, além de uma dezena de escanteios mal batidos por Jadson, porque nem sequer jogadas de bola parada o time de Fábio Carrile apresenta, ao contrário do Palmeiras de Eduardo Baptista e do São Paulo de Rogério Ceni.

Resta esperar pelo grande jogo desta noite no Pacaembu.

Porque entre dois times da Série A do futebol brasileiro, osso duro para o Santos de Dorival Júnior, com a Ponte Preta em busca de chegar ao seu primeiro título importante.

Sim, no caso da Ponte, não cabe falar em Paulistinh­a e nem mesmo em Paulistão.

Se a Macaca vestir a faixa de campeão ao fim das finais, a conquista soará como um verdadeiro título mundial.

O Trio de Ferro está garantido nas semifinais. O quarto colocado é a dúvida desde o começo do torneio

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