Filme sobre sensualidade das ‘plus size’ não sai da superfície
Não faltam boas intenções a “Gostosas, Lindas e Sexies”. A tese da comédia romântica é que as mulheres gordas podem alcançar a plenitude sexual, o êxito na vida amorosa e o sucesso profissional.
Elas podem, certamente. O problema é que os filmes sempre saem perdendo quando o roteiro está a serviço de uma “mensagem”. O cinema, como a vida, não cabe em uma frase conclusiva.
Assim, “Gostosas” se revela uma produção tão esquemática quanto esquecível.
O filme reúne quatro amigas que defendem a beleza “plus size”. Uma delas, a jornalista Beatriz (Carolinie Figueiredo), enfrenta as provocações de colegas magérrimas na redação.
A situação não é isenta de verdade, mas empobrece a comédia ao ser exposta de modo tão maniqueísta.
Mais interessantes são os retratos de Malu (Mariana Xavier) e Ivone (Cacau Protásio), muito por conta do talento das atrizes.
As duas e uma breve participação de Paulo Silvino como taxista respondem pelos melhores momentos do filme.
No entanto, prevalece a sensação de que mesmo essas personagens seriam capazes de surpreender mais o público não fosse a direção convencional de Ernani Nunes e o roteiro previsível de Vinícius Marquez.
Em tempos de redes sociais como tribunas da estética, a discussão sobre padrões de beleza é cada vez mais pertinente, seja pela via cômica, seja pela dramática.
Mas o filme perde essa chance ao se limitar à superfície das ideias prontas. DIREÇÃO Ernani Nunes ELENCO Carolinie Figueiredo, Cacau Protásio, Mariana Xavier, Lyv Ziese e Juliana Alves PRODUÇÃO Brasil, 2017, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta (20) AVALIAÇÃO ruim