Misericórdia e responsabilidade
A Santa Casa de SP tem a cultura de servir ao próximo, mas é importante que haja gestão focada na eficiência e em serviços de qualidade
Se arrependimento matasse, eu continuaria vivo. Encerrando nesta quarta (26) meu mandato como provedor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, garanto que não me arrependi em nenhum momento dos 23 meses que passei à frente dessa instituição.
O cenário de crise que encontrei na Santa Casa e a possibilidade de recuperá-la financeiramente e resgatá-la diante da opinião pública contribuíram para a decisão em assumir a provedoria em junho de 2015.
Minha ligação pessoal com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, onde me formei, também contou. Acredito que cumpri meu objetivo de colocar a instituição no caminho da modernidade, com uma gestão de boas práticas e um olhar mais próximo do século 21.
Mesmo assim, a Santa Casa está em reconstrução e precisa de uma gestão profissional que tenha capacidade estratégica para sobreviver num contexto de transformações e de novos desafios.
E este foi o nosso propósito: garantir mais eficiência no uso de recursos e reestruturar os débitos antigos. Para atingir os resultados, foi necessário reduzir o quadro de funcionários e implantar medidas de eficiência, como a diminuição de estoques em até 25%.
Investimos também na informatização e implementamos o uso do prontuário eletrônico do paciente, fundamental para a segurança no atendimento e para os controles internos da produção, dos estoques e do faturamento.
Realizamos ainda um trabalho para rentabilizar a carteira de imóveis da instituição com a profissionalização da área, o que permitiu a regularização de unidades, liberando imóveis de uso operacional, convertidos para renda, e efetuando operações diferenciadas para valorizar o patrimônio.
Com esse esforço conseguimos reverter o resultado operacional e estruturar a dívida da instituição, chegando a um patrimônio líquido positivo, contra os R$ 121 milhões negativos que encontramos.
Para promover essa estruturação, assumi conhecendo o tamanho da instituição e seus desafios. Houve um forte trabalho de execução dos planos estabelecidos, para que a entidade pudesse ter uma perspectiva de autossustentabilidade. A gestão profissional propôs mudanças e promoveu o engajamento de todos.
A Santa Casa de São Paulo tem a cultura de servir ao próximo, como uma casa de misericórdia, mas é importante que haja uma gestão focada na eficiência para prestar serviços de saúde de qualidade.
Esses 23 meses me ensinaram ainda mais como é difícil a gestão de saúde pública. Antes de chegar à provedoria da irmandade, já acumulava mais de 15 anos de experiência no terceiro setor, por isso pude vivenciar as dificuldades de um orçamento equilibrado, dada a falta de ajuste do SUS há seis anos.
Minha equipe e eu sempre atuamos de forma transparente e respeitosa. Sabemos que ainda há um caminho longo a ser percorrido com desafios constantes, mas deixamos a certeza de que uma gestão profissional é imprescindível em qualquer instituição, especialmente em uma casa com quatro séculos de existência e que mora no coração dos paulistanos.
A misericórdia tem futuro, mas precisa ser gerenciada de forma profissional e responsável. JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL
O Congresso Nacional deve alterar imediatamente os prazos prescricionais previstos no Código Penal, bem como abolir de vez a teratológica prescrição retroativa, que só existe no Brasil. Os ditos prazos são de 1940, quando a sociedade e o número de crimes eram demasiadamente menores. Do jeito que está, assistiremos a um festival de prescrições e impunidades ao final da Operação Lava Jato, depois do árduo trabalho que está sendo realizado.
AMELETO MASINI,
Sindicatos Contribuição sindical compulsória é financiamento de pelego. É preciso acabar com a cultura nacional de apropriação de recursos da população sem prestação de contas e sem nenhuma transparência. Excelentes pontos colocados pelo deputado Rogério Marinho (PSDBRN) em seu artigo à Folha (“Por um Brasil moderno e próspero”, Tendências/Debates, 25/4).
BRUNO ALVES
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Sobre “Rito mais ágil da Assembleia de SP resulta em atropelo”, a proposta não reduzirá discussões. Se aprovado, o novo regimento fragmentará a fala de 15 minutos em três intervalos de cinco. A contagem de prazos estará atrelada às sessões ordinárias, não às comissões. Por fim, o texto diz que “a mudança sugere trocar o tempo de discussão em comissões de dias (20, no máximo) para sessões (30)”. Na verdade, o prazo atual para cada comissão manifestar-se sobre projeto em tramitação ordinária é de 30 dias.
RODRIGO DEL NERO, RESPOSTA DA JORNALISTA GABRIELA SÁ PESSOA -
A proposta fala expressamente em “diminuição dos prazos de discussão de projetos”. A primeira frase da reportagem expõe a posição do presidente da Casa, de que pretende tornar o rito “dinâmico”. Sobre o prazo atual de discussão, leia abaixo a seção “Erramos”.