Greve geral na 6ª leva escolas particulares a cancelar aulas em SP
Professores aderem a movimento; colégios dizem ser contrários, mas respeitam direito
Escolas particulares de São Paulo têm cancelado as aulas na sexta (28) após a adesão de professores ao chamado de greve geral. O ato foi convocado por sindicatos e outros movimentos sociais contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas promovidas pelo governo Temer.
Colégios tradicionais da capital paulista já divulgaram comunicados às famílias sobre a paralisação. As coordenadorias têm ressaltado que as aulas serão repostas.
O colégio Santa Cruz, da zona oeste, por exemplo, informou em comunicado que os professores decidiram pela adesão, mas pontuou não concordar com a medida. “Apesar de não apoiarmos a decisão, resguardamos o direito constitucional à greve.”
Colégios como Equipe, Palmares, Lourenço Castanho, Stance Dual, Escola Viva e Santi já anunciaram que não haverá aulas.
O Sinpro-SP (sindicato dos professores da rede privada) decidiu pela paralisação em assembleia no dia 8 deste mês, contra três reformas: terceirização, reforma trabalhista e a previdenciária.
No Lourenço Castanho, zona sul, 70% dos 230 professores decidiram aderir à greve, o que motivou a direção da escola, que tem 1.300 alunos, a cancelar as atividades.
Nas redes sociais, pais se dividiam em relação à atitude das escolas que decidiram fechar nesta sexta. Alguns consideravam absurdo privar os alunos das aulas, e outros defendiam o protesto.
Em 31 de março, docentes de escolas particulares deram aulas vestidos de preto, com números colados à roupa, indicando a idade com que poderiam se aposentar caso a reforma viesse a ser aprovada.
Desde então, o governo desistiu de incluir professores na regra geral para aposentadoria, mantendo o direito de conseguirem o benefício mais cedo do que é exigido dos demais trabalhadores.
A Associação Brasileira de Escolas Particulares divulgou nota afirmando que a adesão dos professores representa “quebra nas relações contratuais”. “É importante assegurar que o direito legítimo à manifestação pública não se faça em detrimento do de outros cidadãos em garantir a seus filhos a possibilidade de frequentar a escola nos dias letivos previamente marcados.”
O Sieeesp (sindicato das escolas particulares) disse em nota que “não é favorável, não autoriza nem apoia a greve”. OUTRAS CATEGORIAS A greve geral organizada por centrais pode atingir o transporte público, bancos e fábricas de São Paulo.
Paralisações também estão previstas em outros Estados.
Na capital paulista, já declararam paralisação os sindicatos dos metroviários, dos motoristas de ônibus, dos motoboys e dos trabalhadores da limpeza urbana.
Pilotos e comissários de bordo confirmam nesta quinta (27) se participarão ou não.
FERNANDA PERRIN,