Uber se alia à Embraer para oferecer corrida aérea
Empresa planeja colocar serviço em operação comercial até 2023
A Uber está olhando para o céu, e planeja testar táxis voadores, depois dos tropeços causados por uma série de problemas de gestão.
O serviço de carros diz que até 2020 demonstrará veículos voadores em Dubai e na área de Dallas-Fort Worth (Texas) e que iniciará operações comerciais com eles até 2023. A empresa está formando parcerias com fabricantes de aviões, entre os quais a Embraer, para tornar a ideia realidade.
“A aviação urbana é o próximo passo natural para a Uber”, disse Jeff Holden, vice-presidente de produtos da companhia. “Estamos trabalhando para tornar realidade o conceito de apertar um botão e chamar um voo.”
A apresentação do programa pela Uber, nesta terça (25), em Dallas, representa uma distração oportuna para a companhia de transportes, avaliada em US$ 62,5 bilhões, cujos problemas de gestão resultaram na saída de diversos executivos importantes.
Travis Kalanick, presidente-executivo da Uber, prometeu mudar seu estilo de liderança e contratar um vicepresidente de operações, depois de reveses que incluem acusações de assédio sexual, violação de regras da Apple e uma discussão com um motorista do serviço.
Diferentemente do projeto de carros autônomos, no qual a Uber investiu centenas de milhões de dólares para desenvolver tecnologia dentro da companhia, no desenvolvimento de carros voadores a empresa pretende trabalhar em contato com parceiros.
As aeronaves, conhecidas como veículos de decolagem e pouso vertical, serão elétricas e não necessitarão de pistas. Os veículos contarão com múltiplos rotores pequenos e asas fixas, o que os tornará mais silenciosos e eficientes.
O serviço da Uber enfrentará concorrência dos serviços existentes de helicópteros, como o Blade, que opera por meio de apps e cujas corridas são mais caras do que as planejadas pelo novo empreendimento, mas que desfruta do benefício de um histórico estabelecido. PILOTO AUTOMÁTICO Ainda que pilotos humanos devam ser empregados inicialmente para controlar os veículos, no futuro eles devem operar autonomamente, o que ajudará a reduzir o custo e equipará-lo ao de uma corrida no serviço UberX.
Entre os parceiros da Uber estão a Embraer, do Brasil, terceira maior fabricante mundial de jatos de passageiros; a Aurora Flight Sciences, da Virgínia, fabricante de aeronaves de drones; e a Pipistrel, fabricante de aviões de pequeno porte na Eslovênia.
A Uber mencionou inicialmente suas ambições quanto a carros voadores em um estudo estratégico publicado em outubro que descrevia a Uber Elevate, um sistema de veículos elétricos com alcance de até 160 km e capazes de carregar vários passageiros.
Em fevereiro, a Uber contratou Mark Moore, veterano da Nasa, para comandar o programa. Ainda que a empresa tenha se envolvido em diversos conflitos com as autoridades regulatórias quanto aos seus programas terrestres, ela parece ter obtido licenças para testes iniciais de seu projeto aéreo em DallasFort Worth e em Dubai.
A construção de quatro plataformas de pouso, ou “vertiportos”, será iniciada no ano que vem na área de Dallas-Fort Worth.
Desenvolver o sistema vai requerer cooperação estreita com empresas de imóveis e fabricantes de aviões. A empresa anunciou que seu papel seria servir como “cola” entre os parceiros e fornecer os passageiros para a rede de carros voadores.
Carros voadores são um sonho para o Vale do Silício há décadas, e os últimos 12 meses viram uma sucessão de investimentos. Os concorrentes incluem a Kitty Hawk, que tem apoio de Larry Page, cofundador do Google. PAULO MIGLIACCI
Um acordo fechado pela Odebrecht com os principais bancos do país permitirá que a empresa receba uma injeção de recursos para manter seus negócios por mais dois anos, informou o grupo baiano nesta terça-feira (25).
O dinheiro virá da venda da Odebrecht Ambiental. Os R$ 2,5 bilhões que a Brookfield pagará para ficar com 70% da empresa teriam de ir para quitar a dívida da companhia com um grupo de bancos. Em troca, a Odebrecht resgataria ações da petroquímica Braskem que foram dadas em garantia.
Mas, com receitas em queda, o grupo precisa do dinheiro para socorrer algumas de suas empresas, especialmente a construtora. Por isso, os bancos concordaram em liberar a Odebrecht do compromisso de quitar agora parte do financiamento.
A dívida do grupo é bilionária: eram R$ 93 bilhões ao final de 2016, quando o caixa estava em R$ 17 bilhões. A venda da Ambiental ajudará a reduzir o endividamento.
O negócio com a Brookfield foi anunciado em outubro do ano passado, mas o contrato só foi assinado nesta terça (27), afirmou a Odebrecht. NOVO NOME Com a confirmação da venda, a Brookfield terá controle do negócio. O fundo de investimentos do FGTS, o FIFGTS, seguirá sócio minoritário com 30% da companhia.
A empresa,que tem contratos de fornecimento de água e tratamento de esgoto em 12 Estados, passará a se chamar BRK Ambiental.