Reformas, necessidade imperiosa
Greves e paralisações só prejudicam os cidadãos de bem que querem trabalhar. O país que desejamos virá com as reformas do governo
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo é radicalmente a favor das reformas de que o Brasil precisa. No estágio em que vivemos, não há mais espaço para paternalismos demagógicos.
O episódio recente da Grécia —embora com densidade demográfica, populacional e economia bem diferentes da nossa— mostrou que só podemos gastar o que arrecadamos.
Nossa entidade, que representa mais de 10 mil escolas particulares do Estado, não apoia a paralisação promovida por baderneiros que só querem o caos.
As leis trabalhistas e previdenciárias brasileiras são arcaicas, não mais servem para um país moderno e ávido pelo progresso.
Números publicados recentemente mostram que, em 2016, a Previdência Social registrou deficit de aproximadamente R$ 152 bilhões, um crescimento de quase 60% em relação a 2015. A despesa com benefícios cresceu 6,6% e fechou o ano em R$ 526 bilhões.
Em compensação, a arrecadação ficou em R$ 364 bilhões, queda de 6,4%. A receita líquida foi responsável por 5,8% do PIB, e o deficit chegou a 2,4%. Como se vê, a conta não fecha e, em pouco tempo, uma parcela significativa da população brasileira nem terá a possibilidade de conhecer o atual sistema previdenciário do país.
Com relação à reforma trabalhista, cujo texto-base foi aprovado pela Câmara na quarta (26), prevalecem os acordos entre patrões e empregados sobre a lei e determina-se o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical.
Muitos aspectos importantes da proposta ainda estão em debate e mudanças poderão ocorrer. Em um país com mais de 13 milhões de desempregados, a reforma é imperiosa e não dá margem para contestações.
Reitero que somos favoráveis ao debate, e por isso esperamos contar com o apoio dos dirigentes do setor educacional para um amplo entendimento.
Não se reforma um país com atos de vandalismo. As conquistas virão através da educação, do conhecimento e do debate franco e aberto. Cabe a cada um de nós, dirigentes, liderar essa bandeira em nome do futuro do Brasil.
A pretexto de protestar contra as reformas, as centrais sindicais e os partidos políticos tentam parar o país. Pura demagogia, pois não há propostas alternativas para salvaguardar os interesses das camadas mais pobres da população.
Argumentam que as reformas foram encaminhadas sem um debate qualificado. Esquecem-se, contudo, de que nada foi encaminhado nos muitos anos que passaram no governo.
O foro ideal para o debate dessas questões é o Congresso Nacional, o verdadeiro representante do povo brasileiro. Greves e paralisações só prejudicam os cidadãos de bem que querem trabalhar e construir um país melhor —objetivo que só será conquistado por meio da aprovação das reformas.
Precisamos de um amplo entendimento nacional, sem ódios e radicalismos. O debate está na mesa dos brasileiros. É hora de realizarmos uma ofensiva em favor de nossos jovens, que aguardam a oportunidade de entrar no mercado de trabalho e de sonhar com o futuro.
A irresponsabilidade tem preço, um custo muito alto para um país que ainda busca meios para reverter suas graves deficiências. É trabalhando e reformando que edificaremos o país almejado por todos. BENJAMIN RIBEIRO DA SILVA
É preciso mostrar para o povo que as reformas são inadiáveis e fundamentais. Não são um projeto do governo Temer, mas, sim, uma necessidade do país. Sem isso, vai ficar impossível conseguir apoio popular para aprová-las no Congresso.
CARLOS A. MELO F. SANTOS
Não é possível acreditar que a Folha considere relevante uma carta assinada por 14 alunos. A reportagem não se justifica, mesmo que seja para evidenciar o ridículo de uma classe dominante sem empatia com o coletivo, como indicam o texto e a manifestação de alguns pais (“Estudantes defendem reforma e atacam greve”, “Mercado”, 27/4).
MARCY JUNQUEIRA SALLOWICZ
O artigo de Paulo Tafner (“Entre o necessário e o possível”, Tendências/Debates, 27/4) é um belo exemplo do sofisma que consiste em falar a favor do carente para defender o abastado: defender o lucro para preservar o emprego, defender o banqueiro para salvar a poupança. A reforma previdenciária é necessária para salvar “milhões de pessoas que deixarão de ter acesso ao emprego, à saúde, à educação, à segurança, se ela não for realizada”. Nada a ver com o interesse do capital financeiro, entenderam?
JOSÉ MARIA ALVES DA SILVA
Trump e os impostos Trump acaba de cortar com uma única canetada vários impostos nos EUA. Aposta em um crescimento de 3% ainda neste ano, para que o mercado compense as perdas de receita do governo. Aqui, o governo fala em elevar combustíveis e impostos (“Governo dos EUA anuncia redução de impostos”, “Mundo”, 27/4).
PAULO BOCCATO
Democracia
Como leitor assíduo do respeitado jornalista Janio de Freitas, permito-me esclarecer que o artigo “Aberração” (“Poder”, 27/4) coloca dúvidas em relação à correção da decisão do ministro Gilmar Mendes, que apenas fez cumprir a lei e uma súmula vinculante do STF, a qual faculta à defesa acesso à íntegra dos depoimentos que compõem a investigação. Não há polêmica em relação a isso. Aécio Neves tem direito a isso, assim como os ex-presidentes Lula e Dilma (que represento em outro inquérito) e qualquer outro cidadão.
ALBERTO ZACHARIAS TORON
Receita Federal A dinheirama que circulou em contas nebulosas, revelada pela Lava Jato, evidencia a urgência de uma intervenção. O fisco brasileiro, para vigiar a classe média e seus modestos rendimentos, utiliza um leão vigoroso, impiedoso, de dentes fortes e garras afiadas. Mas, para vigiar os abastados corruptos e suas empresas de fachada, utiliza um leão maltratado, parvo, banguela e de garras quebradiças. A Receita é federal e parcial.
TÚLLIO M. CARVALHO
Especial sobre câncer Adorei a forma como o assunto foi tratado no caderno “É a vida” ( Seminários Folha, 27/4). Todas as informações a respeito do tema foram muito pertinentes (os gráficos e pesquisas), assim como o depoimento de pessoas que conseguiram vencer a doença. Como cidadão, acho extremamente importante que todos saibam como o câncer afeta a vida das pessoas e como o diagnóstico precoce auxilia na cura.
LUCAS CANDEIRA
Imposto sindical Muito oportuno o artigo “O sindicalismo sem resultado” (Tendências, Debates, 26/4). As contribuições sindicais obrigatórias deveriam ser extintas. Como muito bem identificado no texto, as entidades patronais e de trabalhadores deveriam ser mantidas por contribuições voluntárias, o que certamente fortalece a representatividade. Da mesma forma, as contribuições ao sistema S merecem ampla discussão e revisão, para evitar os desmandos que ocorrem em diversos segmentos empresariais.
ANDRÉ ALI MERE,