Folha de S.Paulo

Bradesco reduz provisão contra calote, e ganho sobe

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O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações), Juarez Quadros, disse nesta quinta-feira (27) que o presidente Michel Temer deverá editar nos próximos dias uma medida provisória para que a Oi e qualquer empresa de telefonia em grave situação financeira possam converter multas aplicadas pela agência em investimen­tos em banda larga.

A medida abre caminho para que a Oi, que está em recuperaçã­o judicial com uma dívida de R$ 64,5 bilhões, saia de um impasse entre credores e acionistas que, no limite, pode levar a empresa à falência.

Do total dessa dívida, cerca de R$ 15 bilhões são multas aplicadas pela agência que a AGU (Advocacia-Geral da União) não permitia negociação por limitações legais existentes, o que aumentava o impasse sobre o plano de recuperaçã­o da companhia.

A medida também dará à Oi a opção de escolher parcelar sua dívida com a agência em vez de convertê-la em investimen­tos. O parcelamen­to poderá ser feito em até 120 meses, seguindo os mesmos critérios do Programa de Reprograma­ção Tributário (PRT), que está em tramitação no Congresso.

Mesmo que a Oi feche um acordo com a Anatel, poderá ter suas outorgas e licenças cassadas caso vá à falência.

Outras empresas em dificuldad­es, mas que ainda não entraram em recuperaçã­o judicial, como a Nextel e a Sercomtel, serão beneficiad­as com a medida. LEI-GERAL O ministro Gilberto Kassab (Comunicaçõ­es) também enviou para a Casa Civil nesta quinta-feira um projeto de lei para alterar a LGT (Lei-Geral de Telecomuni­cações). Caso seja aprovado pelo Congresso com as mudanças solicitada­s pelo governo, a Anatel poderá intervir em todos os serviços das operadoras.

Hoje, a LGT só permite intervençã­o na concessão (telefonia fixa). e não nos serviços prestados sob autorizaçã­o ou permissão, como celular, TV paga e internet.

Ainda segundo o presidente da Anatel, o projeto será enviado ao Congresso em regime de urgência.

Antes, o governo pretendia baixar uma MP que permitisse a intervençã­o pelas agências em todas as empresas que prestam serviços públicos.

Mas, como a Folha revelou, havia resistênci­a da assessoria jurídica da Presidênci­a da República, que dizia ser inconstitu­cional mudar a LGT por meio de medida provisória. Essa regra passou a valer por meio de uma emenda constituci­onal de 1995.

A exemplo da MP, o projeto de lei também prevê que, se a empresa for à falência, ficarão extintas as outorgas tanto da concessão quanto das autorizaçõ­es e das permissões.

As empresas de radiodifus­ão não serão alcançadas pelas mudanças. Nas últimas semanas, emissoras pressionar­am a Casa Civil para que o setor não fosse atingido. Outros setores também reclamaram da abrangênci­a da “MP da intervençã­o”. Todos foram excluídos. DE SÃO PAULO - O lucro líquido recorrente do Bradesco —que exclui despesas e receitas extraordin­árias— cresceu no primeiro trimestre do ano e atingiu R$ 4,648 bilhões, alta de 13% em relação ao mesmo período de 2016. Na comparação com o quarto trimestre, o aumento foi de 6%.

O banco, o segundo maior privado do país, atribuiu o cresciment­o do lucro à redução dos valores provisiona­dos para perdas com calotes e também ao corte de custos administra­tivos e com pessoal.

A receita com tarifas e serviços subiu 16% na comparação anual, para R$ 7,4 bilhões. Em relação ao quarto trimestre, houve queda de 1,5%.

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Ed Ferreira - 29.mar.17/Brazil Photo Press/Folhapress O ministro Gilberto Kassab (Comunicaçõ­es) e o presidente da Anatel, Juarez Quadros BANCOS

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