Prefeitura diz que ensino não será prejudicado
DE SÃO PAULO
A secretaria de Educação da gestão João Doria (PSDB) defendeu que a readequação de espaços para atendimento da demanda não é algo novo e que, no processo deste ano, foram criadas 2.077 vagas. Outras 6.000 teriam sido geradas apenas com gestão interna.
Segundo a pasta, comandada por Alexandre Schneider (PSD), as novas classes foram ocupadas por crianças sem vaga ou matriculadas em creches conveniadas —mas em idade de pré-escola.
O atendimento à demanda, diz a prefeitura, “será efetivado sempre para garantir o direito legal das crianças”.
A pasta afirma, em nota, que metade das Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) da rede não possui salas ambiente e o trabalho “é reconhecidamente de boa qualidade”. Segundo a secretaria, 58% das Emeis não possuem brinquedotecas e 76% não têm salas de leitura.
“O trabalho pedagógico da educação infantil se baseia na organização dos espaços e do tempo a fim de propiciar experiências diversas”, diz. “Dentro de uma mesma sala as crianças podem ter ‘cantinhos de leitura’, brinquedos e jogos, materiais pedagógicos (massa de modelar, guache etc), instrumentos musicais e, inclusive, equipamentos de informática.”
A secretaria diz que vai providenciar os recursos adequados para a escola Thais Motta e que, na Cemei Capão Redondo, os alunos ainda dispõem de parquinho e de brinquedoteca no próprio prédio.
A gestão atual culpa o antecessor Fernando Haddad (PT) por não ter realizado investimentos. Diz ainda que 71 salas de informática viraram classes regulares no mandato anterior. “Diante do buraco orçamentário herdado, o governo está empenhado na definição de recursos para a retomada das obras.”
A equipe do ex-prefeito disse que criou 15.787 vagas em pré-escola e deixou R$ 5,5 bilhões em caixa. “A dificuldade da atual gestão em definir prioridades pode ter paralisado obras que foram deixadas em andamento, o que pode ter gerado um gargalo no objetivo de universalizar o atendimento da pré-escola.”